Manifestação contra a violência policial pede paz para as favelas do Rio

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Gritos de “Parem de nos matar!” ecoaram durante o ato

Flávia Veloso

Manifestantes foram à orla de Ipanema na manhã deste domingo, 26, protestar contra as operações policiais que vêm causando mortes nas favelas do Rio de Janeiro e a política de “abate” defendida pelo governador Wilson Witzel.  Organizado por 85 associações, Organizações Não Governamentais (ONG’s) e coletivos, o movimento “Parem de Nos Matar!” reuniu cerca de 5 mil pessoas, segundo informação do Eixo de Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça da Redes Maré.

Parentes de pessoas que morreram em decorrência de operações policiais em favelas pediram respeito, justiça e criticaram a violência incitada pelo Estado. O ato também contou com apresentações musicais, teatrais, de dança e declamação de poesias.

O enfrentamento violento incentivado por Witzel vem sendo refletido nos número de mortes por policiais em todo o estado. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), o primeiro trimestre de 2019, foi o período com o maior índice de letalidade por policiais em operações já registrado em 20 anos, um total de 434 mortes. Já o mês de abril teve 124 mortes, 23% a mais do que no ano passado, referente ao mesmo período.

“Nossos filhos estão sendo tombados a troco de quê? De uma Segurança Pública que não existe! Viemos aqui, hoje, cobrar os nossos direitos, nós queremos justiça, queremos respeito, nós só queremos viver em paz”, disse ao público Bruna da Silva, mãe de Marcus Vinícius, morto no ano passado a caminho da escola, durante uma operação policial no Complexo da Maré.

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Lutar é um verbo eternamente conjugado por nós, moradores de favelas

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