A inserção de jovens periféricos na universidade

Encarada como principal instrumento de transformação social, a faculdade por muitos anos esteve distante dos jovens periféricos - seja pela distância ou mesmo pela falta de preparo para fazer suas provas.

Com avanços em programas de educação e a criação de pré-vestibulares comunitários, esse cenário pôde mudar nos últimos anos.

O Curso Preparatório para o Vestibular da Redes da Maré já inseriu mais de 1000  jovens das 16 favelas da  Maré na universidade desde 1997.

Todo ano são oferecidas cerca de  250 vagas distribuídas em cinco turmas. Para fazer o curso é necessário ser morador da Maré; ter concluído ou estar cursando o 3° ano do Ensino Médio; e não frequentar outros cursos pré-vestibulares.

A iniciativa não suspendeu suas atividades no período mais crítico da pandemia, adaptando-se aos novos meios de estudos. No ensino remoto as aulas gravadas foram gravadas e disponíveis aos alunos independente de horário.

“Usamos o Google Meet e o Sala de Aula, onde a gente colocava atividades complementares, alguns vídeos, lista de exercícios e outros conteúdos. Tudo que os professores precisavam para complementar a aula era ali, além das aulas gravadas.”

Luana Silveira, coordenadora do projeto.

Houve desafios como  a falta de acesso à uma boa internet  e a grande evasão de alunos.  A carga horária do ensino remoto mudou de quatro tempos para três,seguindo a recomendação de especialistas.

“Acredito que a aula de forma remota tenha sido muito desafiadora, porque não se tem internet de qualidade, não se tem professor presencial, o contato ao vivo para a gente fazer a troca."

Michelle Gomes, de 22 anos, cria da Nova Holanda e estudante do CPV

Em 2022 há a previsão da volta das aulas presenciais para as novas turmas.

“Estou nervosa, mas feliz pelo meu empenho. O CPV, além de ter ótimos professores, é um meio de apoio nesse momento difícil que estamos vivendo."

Luci Helen de Souza, de 18 anos, moradora da Vila do João e que faz parte do projeto

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