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Com caso confirmado e novas 132 suspeitas, Ministério da Saúde antecipa campanha de vacinação contra gripe

O novo coronavírus já fez mais de 84.000 casos no mundo, mas seu índice de letalidade é baixo; Ministério da Saúde alerta que centenas de brasileiros podem estar infectados, e o contágio pode ser evitado com cuidados simples

Flávia Veloso

(atualizado em 28/02/2020)

Parecido com uma gripe, o novo coronavírus tem colocado o mundo em sinal de alerta por já ter infectado mais de 84 mil pessoas no mundo. Depois do primeiro caso brasileiro ser confirmado, o ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta anunciou que a campanha de vacinação contra a gripe foi antecipada de abril para 23 de março. A vacina não combate o coronavírus, mas ajuda os profissionais da saúde a diagnosticar casos suspeitos, já que os sintomas são parecidos com os da gripe. Gestantes, mulheres que deram à luz recentemente, crianças de até seis anos de idade e idosos serão os grupos prioritários da campanha. Possivelmente pessoas na área de segurança e população carcerária também serão privilegiados, para que se evite a circulação do vírus.

A doença se manifesta como se fosse um simples resfriado, podendo evoluir para infecções respiratórias, como pneumonias. Idosos que possuem outras doenças – como cardiopatias, diabetes e hipertensão – devem controlá-las corretamente, pois podem se agravar quando o coronavírus se instala no organismo. Além disso, a mortalidade do coronavírus vai aumentando conforme a faixa etária: quanto mais idoso, mais chance de ser fatal, chegando a um índice de 15% em pessoas de 80 anos ou mais. Isso porque, conforme a idade avança, mais frágil está o sistema imunológico, que protege e combate as infecções. 

Os tipos de coronavírus

Caracterizado por sintomas semelhantes ao da gripe (dificuldade para respirar, tosse seca, febre, cansaço, dores, congestão e corrimento nasal, dor de garganta e diarreia), existem cinco tipos de coronavírus conhecidos até o momento. Dois deles, alpha e beta, são muito comuns, podendo infectar humanos ao longo da vida, principalmente crianças.

O terceiro tipo, SARS-CoV – causador da Síndrome Respiratória Aguda Grave -, foi descoberto em 2002, quando casos de infecção começaram a ser identificados na China, logo se espalhando pela Ásia, América do Norte, América do Sul e Europa. A epidemia teve fim em 2003, e foi identificado que cerca de 9% das mais de 8.000 pessoas infectadas morreram. O quarto tipo, MERS-CoV – responsável pela Síndrome Respiratória do Oriente Médio -, instalou-se no Oriente Médio, Europa e África em 2012, com cerca de 2.400 casos registrados e mais de 34% de infectados mortos.

O mais recente e quinto tipo, SARS-CoV-2, cujos primeiros casos da doença foram identificados na China em dezembro de 2019, possui um índice de letalidade de pouco mais de 3%, uma porcentagem muito inferior comparada às duas anteriores, apesar do alto número de infectados.

Também conhecido como COVID-19, o coronavírus já se espalhou por países da Ásia, Europa, África, América e Oceania. Das cerca de 2.800 mortes em decorrência do coronavírus, a maioria foi em Hubei, província chinesa, ultrapassando 2.600 óbitos, seguido do país Irã, com 34. Houve ainda mortes registradas em outras partes da China, Hong Kong, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Filipinas e Taiwan.

O número de mortes por homicídios no Brasil em 2019 supera facilmente as mortes pelo COVID-19 na China e no mundo. No ano passado, foram registrados mais de 41 mil assassinatos. A letalidade causada por agentes do Estado na Região Metrolitana do Rio também ultrapassa os índices do coronavírus, atingindo os 35%: 1.643 do total de 4.694 homicídios.

Casos brasileiros e orientações

De acordo com a última atualização do Ministério da Saúde, 132 brasileiros podem estar infectados com o novo coronavírus e outras 213 notificações serão analisadas. Até o momento, somente um caso foi confirmado, o de um homem de 61 anos que mora em São Paulo e chegou de viagem à Itália recentemente. Das 132 suspeitas, nove encontram-se no estado do Rio de Janeiro.

Apesar das atualizações diárias dos meios de comunicação, fake news estão sendo espalhadas em chats de WhatsApp, contrariando recomendações oficiais e confiáveis e desinformando a população. O Ministério dispõe de uma plataforma on-line que contém diversas informações sobre o vírus e sua evolução no país, formas de transmissão, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção. A página também leva a um link de alertas contra fake news, com várias notas de esclarecimento a notícias falsas que já foram compartilhadas na internet.

Acompanhe as atualizações sobre os casos de coronavírus no mundo.

COMO SE PREVENIR:

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