Alunos protagonizam o combate à dengue na Maré

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Atuação é feita através do projeto Heróis Contra a Dengue

Por: Camille Ramos

Elas têm idade entre 12 e 17 anos e já entendem a importância da mobilização coletiva para defender causas importantes. Um grupo formado por alunos da Escola Municipal Escritor Millor Fernandes, no Salsa e Merengue, e do Colégio Estadual Professor João Borges de Moraes, na Nova Holanda, formam os Heróis contra Dengue. O projeto é uma iniciativa da associação alemã IRESO e.V. em parceria com a Redes da Maré, apoiado e financiado pela IRESO e.V. e Kindermissionswerk e.V. Neste momento, contam ainda com a colaboração do World Mosquito Program (WMP) da Fiocruz. O objetivo é incentivar ações de conscientização contra as arboviroses dengue, zika, chikungunya e febre amarela, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.  

O projeto-piloto nasceu no ano passado e já contou com a participação de cerca de 60 adolescentes. Este ano, aproximadamente 40 alunos, 20 em cada escola, atuam no Heróis Contra a Dengue. As aulas são semanais e em parceria com as escolas, que liberam os alunos um pouco antes do horário para os encontros. A ideia é ensinar de forma lúdica e artística os cuidados necessários para impedir a ação do mosquito. Os estudantes recebem formação básica sobre as arboviroses para depois multiplicarem pelo território, visitando casas e fazendo um balcão de informações. “As pessoas só ficam doentes por falta de informação, elas precisam se conscientizar e, nós, fazemos isso na rua, entregando panfletos e alertandoo sobre os perigos. Entrego também para a minha família. Dei um para minha tia que está grávida para ela se prevenir contra as doenças e a microcefalia”, conta Afra Vitória, de 13 anos.

Outras duas escola, em Maricá e Teresópolis, recebem o projeto. Em 2017, uma equipe de tutores foi capacitada sobre as infecções, prevenção, tratamento e comunicação, e agora, debatem com os alunos temas e problemática sociais em comum nos quatro territórios selecionados. “Trabalhamos junto aos alunos não só a prevenção ao mosquito vetor, mas pensamos na falta de assistência como um todo. Por que a Maré é um dos territórios com maior incidência de focos coletivos? Temos aí uma questão particular de falta de saneamento e trabalhamos essa mobilização coletiva no Heróis Contra a Dengue”, conta Joelma de Souza, tutora na escola João Borges.                                     

O projeto ainda é experimental, com previsão até 2019, mas segundo Joelma existe, já em andamento, uma proposta de continuação e ampliação para mais alunos. “A ideia é que sejamos uma referência a partir do território para toda a cidade”, finaliza Joelma.


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