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Exposição Imagens Populares chega na Maré

Ao todo, são 29 obras fotográficas que retratam diferentes momentos do cotidiano da população

Da redação

Conhecida por retratar diferentes momentos do cotidiano de pessoas de origem popular, a exposição “Imagens Populares” segue aberta à visitação gratuita na Maré. Até o dia 31 de março, o Observatório de Favelas, abriga as 29 fotos que integram a mostra na Galeria 535, sede da organização, na Favela Nova Holanda.

A exposição reúne imagens que expressam a ótica cotidiana da fotografia popular não estereotipadas de áreas periféricas, tendo como foco o olhar humanístico do fotógrafo. Desta forma, as fotos constroem uma narrativa mais ampla sobre o significado de “cidade”; permitindo a construção de olhares mais justos, distintos e plurais. 

De acordo com a fotógrafa Karla Inajara, cada profissional tem uma imagem que participa da exposição, totalizando imagens reunidas de 29 fotógrafos que usam a Maré como o espaço geográfico como referência em arte, humanidade, respeito e coletividade mesmo em meio à marginalização do Estado. 

“Fazemos parte da construção e disseminação de um outro olhar desse território plural. É a partir dessa Maré que rompemos fronteiras periféricas e faveladas, atravessando a cidade e captando em cada território o que existe de melhor; as pessoas. Somos 29 artistas narrando nossos olhares em fotografias o que nos afeta. Nossa ótica cotidiana é na fotografia popular, explorando o urbano e suas complexidades, criando e recriando arte, levando uma estética artística para além da vista junto a educadores que empreenderam para que cada um pudesse desenvolver seus pensamentos e se jogar sem medo na prática fotográfica”, afirma Karla, que integrou a turma Bira Carvalho, nome dado em homenagem ao fotógrafo mareense que faleceu em 2021.

A exposição “Imagens Populares” é resultado da formação da Escola de Fotografia Popular do Programa Imagens do Povo, que tem o objetivo de formar fotógrafos de origens populares em um processo que valorize as qualidades técnicas e artísticas, priorizando a formação de mulheres e pessoas negras e transexuais. 

Sobre a Escola de Fotografia Popular

Com foco no olhar humanístico da profissão, a Escola de Fotografia Popular (EFP) alia conhecimentos teóricos que vão da História da fotografia ao dia a dia no fotojornalismo, transitando por tecnologias e ferramentas digitais. O programa já formou seis turmas de fotógrafas/os (2004, 2006, 2007, 2009, 2010 e 2012), totalizando mais de 200 profissionais que receberam certificados de extensão da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal do Rio do Janeiro (UFRJ). Ao longo dos anos, a Escola foi se desenvolvendo sobretudo a partir da generosidade e competência das/os professoras/es, palestrantes e coordenadoras/es que passaram por ela, aqui representados por Ripper e Dante Gastaldoni. Em 2022, após uma década da última turma, a EFP retoma suas atividades com a turma Bira Carvalho.

Sobre o Imagens do Povo

O Imagens do Povo (IP) é um programa de documentação e pesquisa fotográfica do cotidiano das periferias, de formação e inserção de fotógrafas/os populares no mercado de trabalho. Fundado em 2004 pelo Observatório de Favelas em parceria com o fotógrafo documentarista João Roberto Ripper, o IP alia técnica fotográfica à promoção de direitos e à democratização da comunicação. O objetivo central é criar novas representações sobre os espaços populares contribuindo para desconstruir os estigmas relacionados a estes territórios. Além disso, a formação, a memória e a difusão são dois eixos fundamentais.

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