‘Um grande quilombo que se cria’ afirma Tainá Alvarenga mediadora de uma das mesas
O primeiro dia do Festival Mulheres do Mundo WOW foi um sucesso. Prova disso foram as filas que se formaram na Praça Mauá para assistir as mesas de conversas com mulheres inspiradoras como a Conceição Evaristo. Além da partilha de experiências, as conversas promovem encontros de afetos e sensibilidade.
As mesas “Violência e Segurança Pública” e “Mulheres Raça e Violência Estatal” que aconteceram no Museu do Amanhã e no Museu de Arte do Rio respectivamente, abordaram como a violência cometida pelo Estado impacta na vida das mulheres.
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A coordenadora do Eixo Direito a Segurança Pública e Acesso a Justiça da Redes da Maré, curadora do evento, Liliane Santos destacou a importância da segurança pública como direito de todos e disse se sentir grata por compartilhar com outras mulheres “majoritariamente o tema da segurança pública é dominado por homens.”
A coordenadora do Maré de Direitos, projeto que fornece atendimento sociojurídico às vitimas das operações policias na Maré, Tainá Alvarenga considerou que o festival é uma espécie de “um grande quilombo que se cria, se constrói em torno da Praça Mauá”.
Entre os assuntos abordados durante essas duas mesas, o principal foi o impacto da violência policial na vida das mulheres. A advogada Dina Alves que presta assessoria jurídica para as Mães de Maio considerou que é importante destacar a potência dos movimentos de mães como o Mães do Cárcere e o Mães de Vítimas da Violência Armada.
As duas mesas do Festival WOW contaram com mães que lutam pela preservação da honra de seus filhos. Ivanir Mendes, mãe de Moisés Mendes de Santana, que foi assassinado no Pavão-Pavãozinho em 2017, contou que as famílias ficam com sequelas. “A gente que é mãe, ainda tem que ir para a mídia lutar pela honra dos nossos filhos.” Andreia MF revela que a força que carrega, vem do seu filho – inclusive as iniciais MF significam mãe e filho. “Filho para mim é aquele barato que a alma fala e a emoção pula.” Já Bruna Silva, mãe de Marcus Vinícius, assassinado pela polícia quando chegava na escola na Maré acrescenta, “o que me faz seguir é o amor pelo meu filho”. Marcos Vinicius que foi assassinado em 2018 indo para a escola, ainda uniformizado, Bruna ainda guarda o uniforme do filho.
A mesa “Violência e Segurança Pública” está disponível no YouTube do Canal Futura.
Amanhã tem mais Festival WOW! Confira a programação completa do segundo dia do evento, você também acompanha aqui pelo Maré de Notícias.