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Filme ‘O Debate’ é exibido na Maré com roda de conversa com Caio Blat, Débora Bloch e Paulo Betti

Caio Blat, diretor do longa participou da conversa após exibição. Foto: Douglas Lopes

A trama do longa acontece nos bastidores do último debate presidencial antes do segundo turno das eleições no Brasil atual

Por Samara Oliveira

A noite desta terça-feira foi marcada pela exibição do filme nacional O Debate, na Maré. O evento aconteceu no recente inaugurado galpão do Espaço Normal, da Redes da Maré e contou com a presença dos atores do longa: Débora Bloch, Paulo Betti e Caio Blat. Débora que dá vida a personagem Paula, e Paulo Betti, que interpreta Marcos conduzem a trama de um casal recém divorciado após 17 anos de relacionamento. Ambos jornalistas divergem em opiniões sobre como conduzir a edição que o canal vai exibir dos melhores momentos do debate entre candidatos à presidência. 

Com direção de Caio Blat, o longa traz uma reflexão inicial: “Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência”. O filme aborda questões como liberação de armas, aborto, pandemia, situação econômica do país diante de um lockdown, entre outras pautas que atravessam a condução do atual governo federal nos últimos anos. A maior parte da trama é passada entre os bastidores do último debate presidencial antes do segundo turno das eleições no Brasil atual.

Paula (Debora Bloch) é a jornalista e apresentadora do jornal que defende e acredita na não isenção do jornalismo, defende o aborto legal, a não liberação de armas e um sistema mais rigoroso para controlar a pandemia, trazendo todos esses assuntos como pauta para o seu editor-chefe Marcos que apesar de concordar com o posicionamento político da apresentadora discorda que as questões devem ser pautadas no programa. 

Em entrevista exclusiva para o Maré de Notícias, Débora Bloch fala sobre as semelhanças entre sua personagem e si mesma. 

“Eu tenho muito em comum com a personagem. Todo posicionamento político dela eu me identifico. Isso foi uma coisa que me ajudou muito pra fazer o filme. Eu fui chamada em cima da hora, então tinha pouco tempo, mas como a maior parte das coisas que ela fala são coisas que eu penso, me facilitou para decorar o texto”, afirmou a atriz. 

Bloch também relembrou seu primeiro papel como jornalista que interpretou. A personagem da época era uma profissional recém formada cobrindo a campanha “Diretas já”, um movimento político social que lutou para a retomada das eleições diretas ao cargo de presidente da República no Brasil, durante a ditadura militar. Um trecho foi exibido no programa Conversa com Bial, do qual ela foi convidada. 

“Foi emocionante me ver ali aos 22 anos fazendo um filme sobre aquele momento político tão importante do Brasil, um momento histórico porque a gente não votava para presidente e anos depois estar fazendo esse filme fazendo uma jornalista num outro momento muito importante historicamente, né? Porque acho que essa é uma eleição histórica”, conclui. 

Alunos do CPV da Redes da Maré e do Núcleo de Formação em Jornalismo do Maré de Notícias assistem ao longa.
Foto: Douglas Lopes

“Vendo o filme de novo eu vejo que é uma homenagem para vocês jornalistas”, Paulo Betti. 

Ao final do filme, os atores iniciaram uma roda de conversa com o público presente no Espaço Normal, entre eles alunos do Laboratório de Jornalismo do Maré de Notícias e estudantes do Curso Pré-Vestibular (CPV) da Maré. Vitor Felix, professor do Pré Vestibular da Redes da Maré mediou a conversa.

Caio Blat complementou a fala de Betti sobre o papel do filme em retratar os assuntos pela ótica jornalística. 

“O jornalista o tempo inteiro tem que repensar o limite da ética dele para dar uma notícia, para dar uma opinião ou não. Eu acho que uma coisa que esse governo fez foi que o jornalismo se tornou muito mais opinativo e de alguma maneira muito mais comprometido nos últimos anos. Porque eles estavam sendo combatidos com mentiras, então o jornalismo teve também que se posicionar, né? Então o filme de alguma maneira faz uma revisão do papel do jornalismo na nossa democracia”, disse.

Helena Edir e Eliana Silva, diretoras da Redes da Maré e Debora Bloch, protagonista do filme. Foto: Douglas Lopes
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