Ao todo, 7.588 pessoas morreram em um leito de Unidade de Terapia Intensiva em decorrência do novo coronavírus
Por Edu Carvalho, em 10/12/2020, às 12h40
Editado por Andressa Cabral Botelho
Grave esta informação: cinco mil pessoas com covid-19 morreram desde março sem ter acesso a um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Estado do Rio. É o que mostra um levantamento feito pela Fiocruz. Os dados analisados têm como data de corte o dia 11 de novembro. Ao todo, 7.588 pessoas morreram com a doença estando em UTIs na Região Metropolitana do Rio.
Na cidade, somando as vagas nas unidades municipais, estaduais e federais, a taxa de ocupação é de 91%. Já nos hospitais particulares, a taxa de ocupação é de 98% na capital e mais de 90% em todo o estado. São cerca de 200 pessoas esperando na fila por um leito de UTI no Rio e em municípios da Baixada Fluminense. O estado abriu três postos para quem apresenta sintomas leves. Nos primeiros dias de funcionamento, 1.524 testes foram feitos no hospital Alberto Torres e 1.528 na UPA do Colubandê, ambas sediadas em São Gonçalo.
Na última semana, a Fiocruz divulgou um alerta para a possibilidade de colapso no sistema de saúde, diante do novo aumento dos casos no país. Segundo a Fundação, oito capitais brasileiras estão na zona crítica de ocupação dos leitos de UTI destinados a pacientes com covid-19. Além do Rio, são elas: Macapá, Fortaleza, Recife, Vitória, Curitiba, Florianópolis e Campo Grande, com taxa de ocupação acima de 80%.
Simultaneamente e também na semana passada, o Grupo de Trabalho Multidisciplinar para o Enfrentamento da covid-19 da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) alertou para o aumento dos casos, assim como chamou atenção para um possível colapso na rede de saúde do estado do Rio. Como proposta, o GT apresentou algumas medidas que as autoridades governamentais deveriam implementar para enfrentar o recente aumento de casos e mortes:
1. Abertura imediata de leitos hospitalares, incluindo os de UTI e contratação emergencial de profissionais de saúde para atuarem nesses leitos;
2. Compra emergencial de equipamentos e insumos para atendimento aos pacientes;
3. Realização de ampla testagem por RT-PCR em todos os casos suspeitos e isolamento dos casos e contatos com RT-PCR positivo;
4. Reforço nas campanhas de esclarecimento sobre as medidas preventivas;
5. Ampliação da oferta de transporte público a fim de evitar ou minimizar aglomeração;
6. Suspensão imediata de eventos presenciais, como os sociais, esportivos e/ou culturais;
7. Fechamento das praias;
8. Limitação e criação de escala de horário de funcionamento de estabelecimentos que permanecerem abertos e fiscalização dos estabelecimentos abertos;
9. Avaliação da decretação do fechamento total (o lockdown) em caso de agravamento da doença.