Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase é comemorado hoje
**Por Letícia Lima, Paula Aarestrup e Ximena Illarramendi, em 31/01/2021 às 10h
Editado por Edu Carvalho
Dedicado à conscientização sobre a hanseníase, janeiro ganhou a cor roxa para simbolizar o enfrentamento da doença no país e o último dia do mês, dia 31, foi escolhido como o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. Por que precisamos falar sobre hanseníase no Rio de Janeiro? Em nosso município temos casos de pessoas com deformidades físicas devidas à hanseníase por terem sido diagnosticadas tardiamente, inclusive crianças. Por isso precisamos falar em hanseníase, para lembrar às pessoas que a doença tem cura e que não deixa sequelas se for tratada precocemente.
Afinal, o que é hanseníase? É uma doença infecciosa causada por um germe (bactéria) que faz aparecer problemas na pele, especialmente manchas com alteração de sensibilidade. Isso quer dizer que no local da mancha a pessoa não consegue sentir quente ou gelado, por exemplo, e acaba se queimando ou machucando sem perceber. Quando a doença está avançada, também pode haver queda dos pelos da sobrancelha. Isso ocorre porque pouco a pouco a bactéria infecta os pequenos nervos que estão na pele, também os nervos dos braços, pernas e rosto. A bactéria se transmite de pessoa para pessoa pela respiração, fala, espirro e/ou tosse. Entretanto, é necessário o contato próximo e prolongado para que outras pessoas fiquem doentes. Por isso, é importante falar para os amigos, familiares, colegas de trabalho ou de estudo quando a pessoa souber que está com hanseníase. Assim, poderão ser examinados em uma unidade básica de saúde próximo de suas casas para saber se também precisam ser tratados. Essa é a melhor forma de combater a doença, diagnosticar e tratar o mais cedo possível para reduzir a transmissão e evitar complicações, como sequelas e deformidades físicas.
No Brasil, considerado endêmico para hanseníase, a taxa de detecção de casos novos diagnosticados com hanseníase é alta. No entanto, essa taxa pode ser maior ou menor dependendo da região, por exemplo, no Rio de Janeiro é considerada de nível média. Mas não fique preocupado, o Ministério da Saúde lançou a Estratégia Nacional para Enfrentamento da Hanseníase 2019-2022, com instruções para orientar os profissionais de saúde nos Estados e municípios e reduzir a carga da doença em nosso país.
A hanseníase tem cura sim! E temos outra boa notícia: a poliquimioterapia, tratamento contra a hanseníase, é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, o SUS, pelo tempo que for necessário, de 6 a 12 meses. Fica a dica, se tiver sintomas como caroços ou manchas na pele ou se você se queima e machuca sem sentir, vá logo num posto de saúde para ser examinado. Se for diagnosticado, exija o seu tratamento gratuito e tome todas as doses indicadas e os cuidados necessários para se curar. Avise também aos seus familiares, amigos e colegas para eles estarem alertas também a respeito da doença. Eles também têm direito ao exame no SUS. Lembre-se que os contatos têm maior chance de adoecimento.
Para interromper a transmissão, alcançar a cura e um país sem hanseníase, não deixe o tratamento e a comunicação para depois! Para saber mais, acesse o site da Secretaria Municipal de Saúde.
**Letícia Lima é estudante de ensino médio no colégio Pedro II e aluna do Programa de Vocação Científica, colaborando em pesquisa do Ambulatório Souza Araújo, Fiocruz, centro de assistência e pesquisa para pessoas acometidas pela hanseníase no Rio de Janeiro.
**Paula Fonseca Aarestrup é acadêmica de Medicina da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e bolsista de iniciação científica da Fiocruz.
**Ximena Illarramendi é médica, doutora em Medicina Tropical pelo Instituto Oswaldo Cruz. Especialista em C&T, Produção e Inovação em Saúde Pública, Fiocruz