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Janeiro Branco: saúde mental como resolução de Ano Novo

Foto: Patrick Marinho

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Há dois anos, através da Lei nº 14.556 de 25/04/2023, o Janeiro Branco foi oficializado como uma data importante no calendário nacional da saúde. O tema da campanha de 2025 é: O que fazer pela saúde mental agora e sempre?. A escolha anual de um assunto ajuda a nortear a criação de rodas de conversa, palestras, exposições e eventos culturais e educativos que acontecem neste mês.

Na Maré, a violência é um assunto que afeta diretamente o bem-estar dos moradores. Em 2021, a Redes da Maré (em parceria com a People’s Palace Projects) produziu o “Guia de Saúde Mental da Maré”. Nele estão disponíveis endereços e contatos de espaços voltados para acolhimento social e médico, e também dicas de como preservar a saúde mental. Para o estudo, a iniciativa pioneira “Construindo Pontes”, entrevistou 1.411 mareenses. Cerca de 1/3 respondeu que o medo da violência armada afeta sua saúde mental. 

Como surgiu o Janeiro Branco?

Tradições de Ano Novo como pular sete ondinhas no mar, guardar 12 sementes de uva na carteira e vestir branco fazem parte do repertório de grande parte dos brasileiros. Entretanto, nenhum costume é tão forte quanto as promessas de Ano Novo, feitas independente de credo, gênero e idade. Dentre a lista de votos, além de dinheiro e amor, a saúde é a mais presente. Emagrecer, se alimentar melhor, dormir mais, fazer check-up completo, entre outros. É claro que a saúde física é essencial, porém, a saúde mental é tão importante quanto e acaba sendo colocada em segundo plano ou, até mesmo, esquecida.

No Brasil, os meses de janeiro e setembro foram os escolhidos para a promoção da saúde mental e emocional através de ações promovidas por organizações de sociedade civil, empresas e unidades de saúde. Diferentemente do Setembro Amarelo, no qual o foco é a prevenção ao suicídio, o Janeiro Branco tem como objetivo conscientizar sobre o que é saúde mental de forma mais ampla e sem estigmas, discutindo maneiras de como promover o bem-estar físico e mental, além da importância de buscar ajuda caso tenha questões como depressão, ansiedade, bipolaridade, esquizofrenia, entre outras.

Dicas de autocuidado (Guia de Saúde Mental da Maré):

1 – Cuide da sua alimentação. Comer bem não tem a ver apenas com a boa forma física, mas com o bem-estar geral. Opte por um cardápio variado e equilibrado;

2 – Pratique alguma atividade física. Colocar o corpo em movimento de forma regular também contribui para a saúde emocional;

3 – Cuide do seu sono e descanso. É muito importante dormir bem, tendo uma boa rotina de sono. Noites mal dormidas colaboram para agravar os transtornos mentais/emocionais;

4 – Tenha momentos dedicados às pessoas queridas. É importante conviver com amigos e familiares;

5 – Reserve um tempo para o esporte e lazer. Faça atividades que te deixem feliz, como passeios, encontros com amigos, ir ao cinema, ler um livro, sair para dançar, entre outros;

6 – Esteja em contato com a natureza. Faz bem para o corpo e para a mente estar ao ar livre, conectando-se ao meio ambiente e escapar um pouco da rotina puxada do trabalho e da casa;

7 – Procure algo que lhe dê prazer. É muito saudável ter alguma atividade diferente na rotina. Escolha algo com que tenha afinidade ou mesmo que sempre teve vontade de fazer e nunca teve coragem. Pintura, dança ou algum esporte são alguns exemplos;

8 – Desenvolva sua fé. E isso independe de crença/religião. A fé está ligada à forma como nos relacionamos com o mundo e com as pessoas, ao otimismo, a crer na vida e em algo que tenha significado para você;

9 – Conheça a si mesmo. Existem várias formas de se conhecer como terapias, psicanálise, bodytalk, teatro, atividades lúdicas, etc;

10 – Ajude o próximo. Pode ser um vizinho que precisa de ajuda ou um trabalho voluntário. Fazer o bem faz bem.

Não sinta vergonha de pedir ajuda

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a “saúde mental não é um privilégio, mas um direito humano fundamental e deve ser incluída na cobertura universal de saúde”. No Sistema Único de Saúde (SUS) são ofertados os serviços do CAPS, CAPSad (atendimento a transtornos associados ao uso de substâncias legais ou ilegais como o álcool, crack e outras drogas) e CAPSi (para o público infantojuvenil). São centros de acolhimento nos quais pessoas atendidas e seus parentes podem fortalecer os laços familiares e comunitários, por meio do acompanhamento psicossocial. São unidades de saúde compostas por equipes de médicos, assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, entre outros profissionais. Três Centros de Atenção Psicossocial cobrem as favelas da Maré. Veja o endereço abaixo ou acesse o site da prefeitura do Rio para conhecer outros espaços.

CAPS II Carlos Augusto da Silva – Magal

Avenida Dom Hélder Câmara, 1.390, fundos – Manguinhos

CAPSad III Miriam Makeba

Rua Professor Lacê, 485 – Ramos

CAPSi II Visconde Sabugosa

Av. Guanabara s/n – Praia de Ramos – Ramos

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