O evento terá rodas de conversa, oficina de moda sustentável, feira de economia criativa, slam, atividades para crianças, além da apresentação do grupo Nosso Samba
Por Redação, em 16/12/2021 às 10h25
Os jovens do “Percursos Formativos”, projeto cultural do Museu de Arte do Rio (MAR), apresentam nos dias 17 e 18 de dezembro uma mostra artística produzida por eles mesmos. O festival “Corre Expresso-Parador” é o resultado de quatro meses de formação cultural. A partir de dados coletados por pesquisas sociais no bairro de Santa Cruz, o grupo idealizou o evento, já que observou a carência que os moradores da região têm para consumir e acessar eventos artísticos. O evento vai contar com rodas de conversa, oficina de moda sustentável, feira de economia criativa, slam, atividades para crianças, além da apresentação do grupo Nosso Samba. A intenção é divulgar nomes de produtores locais, além de oferecer um final de semana voltado para o lazer da população.
Para o morador Isach Costa, Santa Cruz possui pontos de referências culturais, porém a falta de estímulo à cultura é o principal problema que faz as pessoas não conhecerem os locais artísticos do bairro. “Temos alguns pontos de referências que são bem acessíveis, porém o que falta mesmo é o estímulo. Estímulo pela busca da cultura, porque Santa Cruz já é um ponto cultural”, afirma.
Percursos Formativos
Percursos Formativos é um programa do MAR desenvolvido pela Escola do Olhar, que busca inserir jovens oriundos da rede pública de ensino e de regiões periféricas do município do Rio de Janeiro nos eixos da arte e da cultura.
Este ano, a edição do projeto foi voltada para a Zona Oeste do Rio, especificamente, para o bairro de Santa Cruz. No total, 10 jovens foram selecionados e fizeram 144 horas de formação, com aulas teóricas e práticas. Eles passaram por todas as áreas administrativas do Museu como Curadoria, Museologia, Educação, Comunicação e Produção Cultural. A partir disso, desenvolveram, ao final do curso, o festival denominado como “Corre Expresso-Parador”, evento que foi pensado e projetado por intermédio dos conhecimentos obtidos durante as aulas.
Para a coordenadora do projeto, Karen Aquini, o diferencial é que o programa selecionou jovens de um só lugar para dar continuidade e desdobramento dos percurseiros dentro do bairro. “É bem interessante todos os jovens serem de um lugar só, porque isso contribui para se pensar um tipo de atuação e intervenção no próprio bairro, pensando em algo que tenha uma continuidade e não acabe durante esses meses de formação, e sim se desdobre”, afirma.
Santa Cruz
Conhecido como o Bairro Imperial, Santa Cruz foi, por muitos anos, a casa de veraneio dos príncipes regentes europeus. O local era fonte primordial da cultura entre esses povos, que desfrutavam, principalmente, da Fazenda Imperial da região. Além disso, o bairro foi casa dos povos jesuítas, e, na época, oferecia diversos projeto artísticos, sobretudo, musicais, para a população.
Atualmente, o bairro ocupa uma das últimas posições na tabela de classificação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos bairros cariocas. O local é o mais distante da região central do município, e, por isso, é um dos mais marginalizados, uma vez que as políticas públicas são escassas na região.
Segundo o último senso de 2010, o bairro possui mais de 200 mil moradores, espalhados por 123 km2, sendo, assim, considerado o 4° bairro mais povoado de todo o Brasil. No entanto, mesmo com todos os altos dados populacionais, o território enfrenta uma grande carência de cultura e arte, que não é fomentada pelo Estado.
O festival, contudo, veio para mostrar que a cultura existe e resiste nesse território, trazendo artistas locais e promovendo projetos sociais já existentes no bairro. Além de levar as manifestações artísticas à população, o evento quer reconhecer e divulgar os produtores dessa região para os próprios moradores.
O Museu de Arte do Rio
Iniciativa da Prefeitura do Rio em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o Museu de Arte do Rio passou a ser gerido pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) desde janeiro deste ano, apoiando as programações expositivas e educativas do MAR a partir de um conjunto amplo de atividades para os próximos anos. “A OEI é um organismo internacional de cooperação que tem na cultura, na educação e na ciência os seus mandatos institucionais, desde sua fundação em 1949.
O Museu de Arte do Rio, para a OEI, representa um instrumento de fortalecimento do acesso à cultura, intimamente relacionado com o território, além de contribuir para a formação nas artes, tendo no Rio de Janeiro, por meio da sua história e suas expressões, a matéria-prima para o nosso trabalho”, comenta Raphael Callou, diretor e chefe da representação da OEI no Brasil.
Após o início das atividades em 2021, a OEI e o Instituto Odeon celebraram parceria com o intuito de fortalecer as ações desenvolvidas no museu, conjugando esforços e revigorando o impacto cultural e educativo do MAR, onde o Odeon passa a auxiliar na correalização da programação.
O Museu de Arte do Rio tem o Instituto Cultural Vale como mantenedor, a Equinor como patrocinadora master e a Bradesco Seguros como patrocinadora, todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A Escola do Olhar conta com o apoio do Itaú, da Machado Meyer Advogados e da Icatu Seguros via Lei Federal de Incentivo à Cultura. Por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS, é também patrocinada pelo Grupo GPS, RIOgaleão, ICTSI Rio Brasil, ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e HIG Capital. O Instituto Olga Kos patrocina os recursos de acessibilidade do MAR.
O MAR conta ainda com o apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro e realização da Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e do Governo Federal do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Mais informações em www.museudeartedorio.org.br ou @percursosformativos no Instagram.