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Manifesto em repúdio aos ataques à jornalista Tai Nalon, diretora do Aos Fatos

A jornalista Tai Nalon, diretora da agência de checagem Aos Fatos no Congresso da Abraji em 2017: ataques nas redes e processo após denúncias de fake news (Foto: Alice Vergueiro/Abraji/Divulgação)

Agressões pelas redes sociais começaram depois que agência de checagem denunciou fake news divulgadas por procurador da República. Mais de 100 mulheres jornalistas, de diversos veículos da mídia brasileira, assinam o documento contra mentiras e misoginia

Pela redação em 14/11/2020 às 12h09 atualizado em 16/11/2020 às 16h33

Nós, jornalistas e mulheres de diferentes veículos, abaixo assinadas, repudiamos com veemência os ataques sórdidos, mentirosos e misóginos proferidos em redes sociais pelo blogueiro Leandro Ruschel e pelo procurador do Ministério Público Federal Ailton Benedito, que vêm atacando e instigando ataques à jornalista Tai Nalon, diretora do Aos Fatos, uma das principais agências de checagem do País.

O Aos Fatos revelou que Ailton Benedito divulgou informações sem comprovação sobre o uso da cloroquina contra a covid-19.

 Além de disseminar mentiras e propagar o ódio e estigmas de cunho machista contra uma mulher, o que configura uma violência de gênero, o procurador Ailton Benedito está processando a jornalista Tai Nalon com uma tática conhecida internacionalmente como SLAPP (Strategic Law Suit Against Public Participation), que é uma estratégia na qual um grande número de ações são propostas em juízo, não com o intuito de obter a prestação jurisdicional pretendida na inicial, mas sim de tentar intimidar o réu e com isso, interditar o debate público.

É inadmissível que um membro do MPF aja em desacordo com a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa.

Nós, jornalistas mulheres, temos o nosso direito de trabalhar e informar.  Toda jornalista tem o dever de apurar e checar falsidades, diga-se desinformação, vindas de qualquer autoridade.

Nós repudiamos a atitude do procurador e seus apoiadores. A sociedade brasileira deve se opor de forma veemente a este tipo de conduta, que torna-se cada vez mais grave e frequente, atentando contra a segurança das jornalistas. 

Em defesa do jornalismo produzido por mulheres, pela democracia e liberdade de expressão, assinam por ordem alfabética: 

(para assinar o manifesto envie o e-mail para: jornalistas.mulheres2020@gmail.com)

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