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[toggle title=”Com quantas tábuas se faz uma passarela?”]
Por: Hélio Euclides
As passarelas da Avenida Brasil são sempre tema do Maré de Notícias. O ponto de ônibus que fica em frente ao Conjunto Esperança, sentido Centro, já virou discussão duas vezes: nas edições 16, de abril de 2011, e 27, de março de 2012. O problema é que o ponto fica muito longe da passarela 6, o que causa um enorme transtorno.
Para solucionar o problema, a prefeitura instalou uma passarela provisória, metálica com piso de madeira, próximo ao ponto. Porém, usuários da passarela reclamam porque a construção temporária virou permanente e a prefeitura ameaça solucioná-la somente durante as obras da Transbrasil, corredor de ônibus expresso prometido para 2016.
“Essa passarela foi uma boa, mas precisa de melhorias. Vejo que as senhoras têm muito medo ao usar. Deveriam fazer igual à da Escola Bahia. Se olhar para baixo, dá para ver os carros, por isso fico com o olhar para frente”, comenta Daiana dos Santos. As opiniões são muito parecidas. “Sentimento de medo, pois sinto que posso cair a qualquer momento”, afirma Mário Moreno.
Com o piso feito de tábuas de madeira, algumas pessoas passam mal quando estão no meio do caminho. “É péssima, dá muito medo, pois há madeiras soltas. Eu já passei mal, tive tontura”, conta Sueli Alves, entrevistada dias antes da manutenção realizada pela prefeitura em fins de fevereiro, que fixou as tábuas. A solução está na ponta da língua dos pedestres. “É preciso fazer uma passagem com segurança”, ressalta Aline França.
O diretor da Associação de Moradores do Conjunto Esperança, Waldir Francisco da Costa, revela que a passarela deve passar por manutenção constante a partir de agora. “Estava a ponto de um acidente. A pedido das Associações de Moradores da Vila do João e do Conjunto Esperança, junto com a 30ª Região Administrativa (R.A.), a passarela passou por uma obra de manutenção, ao final de fevereiro. A promessa da prefeitura é de que toda sexta-feira haverá revisão”, conta ele.
Outra só depois do BRT Transbrasil
O administrador da R.A., Hildebrando Gonçalves, o Del, destaca uma triste novidade: a solução vai demorar mais. “Segundo informações da Secretaria de Obras, não teremos uma (passarela) definitiva, até porque neste local será construído um dos maiores pontos de BRT da Transbrasil. Quanto à manutenção, todos os degraus foram reformados”, afirma ele.
A Secretaria Municipal de Obras reconhece que a passarela é provisória. Por ser de estrutura tubular com piso em madeira há a necessidade de manutenção constante, o que não vinha ocorrendo. Com isso, as madeiras estavam frouxas. Segundo representantes da secretaria, a estrutura vem sendo fiscalizada periodicamente e não há risco para os pedestres. A travessia só será substituída durante as obras da Transbrasil, que ainda estão no papel, conforme noticiamos na Ed. 49, de janeiro (leia em www.redesdamare.org.br). Os usuários pedem uma solução para já.
Moradora grávida relata pânico na passarela
“Sempre tive medo de ponte de madeira, desde a época em que tínhamos de passar em troncos sobre os valões da comunidade. Isso já faz tanto tempo… Contudo, em pleno 2013 eu ainda tinha a possibilidade de passar por uma passarela de madeira que fizeram como paliativo para uma obra mal planejada. Porém, mesmo grávida e tendo de andar muito mais para pegar um ônibus, eu me recusava a passar por aquela passarela. Até que um dia meu marido (o jornalista Hélio Euclides) me convenceu a passar por ela. Perdi meu dia. Já na subida, aqueles degraus muito espaçados e aquela estrutura toda à mostra foi me dando pânico. Quando cheguei na parte reta, aquelas madeiras moles e espaçadas que nos fazem ver a pista lá embaixo me fizeram paralisar. Minha voz sumiu e só a graça de Deus me fez chegar ao outro lado. Estava extremamente cansada. Parecia que tinha andado por horas e desatei a chorar. Só consegui voltar a conversar horas depois. Não estou contando essa história para que tirem essa passarela, mas para que eles façam uma passagem decente para nós moradores, pois precisamos dela agora e não quando um dia vier uma trans ou linha disso ou daquilo.”
Viviane Couto, 34 anos, professora, moradora da Vila do Pinheiro, que nunca mais passou pela passarela de madeira.
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[toggle title=”Oprimido, eu ?!”]
Por: Beatriz Lindolfo
Os jovens da Maré estão convidados para participar das oficinas do Teatro do Oprimido, previstas para começar em abril em diversas comunidades do bairro. Para se inscrever basta ter entre 15 e 29 anos, ser morador ou ter algum vínculo local.
O projeto tem como objetivo potencializar uma rede de parceiros que mobilize, debata e apresente alternativas para os problemas da juventude no Complexo da Maré, inclusive com propostas de políticas públicas. “A idéia desse projeto é se expandir pela Maré inteira. Estamos fazendo reuniões com as associações de moradores de várias comunidades da Maré, tentando chegar a lugares onde ainda não passamos, como Marcílio Dias e Piscinão de Ramos”, conta Helen Sarapeck, coordenadora artística do projeto e do Centro Teatro do Oprimido (CTO-Rio).
Após a realização das oficinas (20 ao todo), serão formados três grupos de Teatro do Oprimido, com os participantes que se interessarem pela proposta. Cada grupo iniciará um processo de produção de espetáculo de teatro-fórum, técnica baseada em fatos reais, no qual personagens oprimidos entram em conflito. O oprimido fracassa e o público é convidado a entrar em cena, substituindo o protagonista e buscando alternativas para resolver o problema.
O CTO iniciou oficinas na Maré em 1996, quando foi formado o MarÉarte e logo em seguida o Arte Vida, grupos compostos por jovens moradores que fizeram espetáculos dentro e fora da Maré. Atualmente continua a existir por aqui o Grupo Teatro do Oprimido (GTO-Maré). O novo projeto é patrocinado pela Petrobras.
“Nossa proposta é mostrar que o teatro é um dom do ser humano, e que é essencial para a nossa compreensão no mundo, para entender onde estamos inseridos porque, quando encenamos a nossa realidade, vemos de outro ângulo, do lado de fora”, explica Helen.
O diretor de teatro Augusto Boal, falecido em 2009, foi o fundador desta metodologia internacionalmente conhecida que entende o teatro como instrumento de emancipação política. Qualquer pessoa pode participar, porque a metodologia não se baseia no teatro como algo para quem tem dons especiais.
Augusto Boal é um nome conhecido na Maré, não apenas pelo projeto mas também porque ele foi homenageado pela Clínica de Saúde da Família que leva seu nome.
Segundo o dicionário Houaiss, oprimido é aquele que se sente sufocado, sobrecarregado (com ônus, obrigações), onerado; torturado.
Como se inscrever e checar os locais das oficinas
Ligue para: 2232-5826 / 2215-0503 ou envie e-mail para: producaotomare@gmail.com.
Para saber mais sobre o Centro de Teatro do Oprimido, visite o site ou curta a página do projeto no Facebook: CentroTeatroOprimido.
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[toggle title=”A ver navios”]
A Secretaria Estadual do Ambiente (SEA) ficou de instalar três píers aqui na região: na Vila do Pinheiro, Parque União e Vila Residencial, essa última no Fundão. A licitação foi vencida pela empresa Fleming, que deu início às obras em outubro, mas interrompeu o trabalho em seguida. No Pinheiro, a obra sequer começou. No Parque União, a situação é visivelmente desoladora. “Para piorar ainda quebraram nossa rampa que liga o mar à terra, para manutenção dos barcos”, denuncia o pescador do Parque União, Samuel dos Santos.
“Já são cinco meses de pindaíba, pois quebraram rápido, mas não construíram nada. Abandonaram nossa rampa. E com ficam os barcos para reforma? Não sabemos como tirar do mar”, questiona o presidente da Colônia de Pescadores do Parque União, Reinaldo Coelho.
A construção dos píers e reforma do entorno nas colônias teve o recurso do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano. A SEA informa que a construção do píer da Vila Residencial foi concluída em 11 de março e entregue aos pescadores. As obras do Parque União estão previstas para serem retomadas na segunda-feira, 17 de março. Já a construção do píer Vila Pinheiro está sendo reavaliada pela Secretaria.
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[toggle title=”Cartografia das escolas da Maré”]
O Programa Criança Petrobras na Maré (PCP Maré), desenvolvido pela Redes da Maré, está realizando uma pesquisa nas 16 escolas da rede municipal de ensino que atendem moradores das comunidades que formam nosso bairro. O objetivo é realizar um levantamento de informações socioeducacionais das escolas. Nesta pesquisa estão sendo coletadas informações sobre a história das escolas e a situação atual de cada uma delas, como o perfil docente e discente (professores e alunos), avaliação de desempenho, jornada escolar, dentre outros. Os dados serão publicados em um catálogo escolar para que as informações sejam disseminadas.
A primeira escola que participou da pesquisa foi também a primeira unidade da região: a Escola Municipal Bahia. Inaugurada em 12 de março de 1938 pelo prefeito Pedro Ernesto, a escola, para sua época, tinha o prédio considerado como sendo de arquitetura moderna, amplo, funcional, com auditório e refeitório e distribuído em dois andares, como permanece até os dias de hoje.
Em 21 de junho de 1990, a escola foi tombada como patrimônio da cidade. Nessa unidade cheia de histórias e curiosidades estudaram e trabalharam personalidades famosas como a poetisa Cecília Meireles, ex-diretora da escola, e o cantor Naldo. Aguardem que em breve divulgaremos dados de outras escolas.
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