Segundo debatedoras, para muitas mulheres é mais difícil ter uma carreira, que para outras foi chegar ao espaço
Em 17/11/2018 – Por Hélio Euclides
O Festival Mulheres do Mundo reuniu algumas profissionais que atuam na produção de conhecimentos da ciência espacial, num ambiente muitas vezes masculino e opressor. Na mesa, Duília Fernandes de Mello, astrônoma da Nasa; Libby Jackson, engenheira que trabalha para a Agência Espacial do Reino Unido; Sue Nelson, escritora e apresentadora de ciência da rede de TV BBC; e a mediadora Diana Daste, diretora de educação do Conselho Britânico. Diana destacou que a mesa era um encontro de mulheres desse mundo e de fora também.
A conversa girou em torno das histórias dessas profissionais que lutam pela inclusão de todas as mulheres. “Tento sempre mostrar que não consegui ser astronauta, mas me tornei uma jornalista que se encontra perto da Nasa, e de pessoas que mostram muitos trabalhos bonitos. Na minha profissão, revelo mulheres com belas carreiras, que iluminam a vida”, conta Sue Nelson.
Para muitas mulheres a vida profissional é mais difícil do que chegar no espaço. “Desejo que todas possam ter o direito de seguir a carreira que almejam, e terem a liberdade em toda vida, desde a infância, quando precisam brincar não só com coisas de meninas, mas com o que desejarem”, disse Libby.
Uma das perguntas do público foi referente às últimas eleições e ao que se espera do próximo ano. Duília foi categórica. “Esse governo não vai ser para sempre, diferente da sua carreira. Meu conselho é: esqueçam ele. O governo Fernando Henrique Cardoso cortou 50% da pesquisa e não foi o final da ciência e nem do Brasil. Acredito que os próximos anos serão difíceis, mas nada vai acabar, pois vamos resistir. Não podemos ficar zangadas. Sugiro que todos passem uma mensagem positiva. Para um país ranzinza, pessoas felizes. Vamos enfrentar tudo com um sentimento positivo, contra um ambiente negativo.