Tudo o que você precisa saber sobre a doença
O Rio de Janeiro vive uma corrida aos postos de saúde e clínicas da família. A população, alarmada com as últimas notícias sobre a Febre Amarela, quer ser imunizada. As filas estão cada vez maiores. Na segunda-feira, 15 de janeiro, 26 mil e 200 pessoas procuraram os 232 postos de vacinação da capital, conforme balanço da Secretaria Municipal de Saúde. O número supera em 10 mil o total de pessoas vacinadas na cidade em dezembro.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, todo morador da cidade do Rio de Janeiro deve estar imunizado, principalmente quem mora ao redor do Maciço da Tijuca, onde está a Floresta da Tijuca, ou próximo às áreas de mata. Até o dia 23 de janeiro, oito pessoas já tinham morrido no Estado do Rio de Janeiro, vítimas da Febre Amarela, todas no interior do Estado. Todas, vítimas da Febre Amarela Silvestre.
O outro tipo da doença, a Febre Amarela Urbana, foi erradica em 1942. A Febre Amarela, que no momento ataca, é a do tipo Silvestre. Os especialistas afirmam que não é possível erradicar a Febre Amarela Silvestre, porque o vírus circula naturalmente nas matas, entre macacos, vetores silvestres e espécies de mosquitos.
As pessoas infectadas até agora tiveram contato com o vírus da Febre Amarela Silvestre em áreas rurais, e transportaram esses vírus para as cidades. De qualquer forma, tomar a vacina, que é gratuita e deve estar à disposição da população nos postos de saúde, é a forma mais segura de se prevenir contra a doença.
Uma das diferenças centrais entre as duas formas da infecção está nos mosquitos que transmitem o vírus da Febre em cada ambiente. Nas florestas, são insetos dos gêneros Haemagogus e Sabethe. Nas cidades, é o Aedes aegypti, também vetor da Dengue, Zika e Chikungunya.
A Febre Amarela é uma doença grave, que não possui tratamento específico. A vacina é considerada segura e eficaz. A vacinação está indicada a partir dos 9 meses de vida. Quem vai viajar para áreas onde exista risco da doença tem de tomar a vacina.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprova a vacina fracionada. Com isso, uma vacina que antes era destinada para uma pessoa pode ser aplicada em quatro indivíduos – podendo chegar a cinco. Quem se vacinou no ano passado não precisa se vacinar outra vez.
A Febre Amarela é uma doença febril aguda, de curta duração, no máximo 12 dias, e de gravidade variável. A forma grave caracteriza-se por manifestações de insuficiência no fígado e nos rins, que podem levar à morte.
Não existe um tratamento específico. O paciente deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e sangue, quando necessário. Os casos graves devem ser atendidos em UTI, Unidade de Terapia Intensiva, para que as complicações sejam controladas e o risco de morte, eliminado.
A vacina é contraindicada para crianças com menos de nove meses; para pacientes com câncer, portadores do HIV ou pacientes com imunodepressão de qualquer natureza. Não devem também tomar a vacina pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras – como corticosteroides, quimioterapia, radioterapia e imunomoduladores – e ainda pacientes que passaram por transplante de órgãos e alérgicos a ovo.
Atenção especial para gestantes e idosos. Mulheres grávidas não devem tomar a vacina e, em situação de emergência epidemiológica ou viagem para área de risco, o médico deverá avaliar o benefício/risco da vacinação. Pessoas com mais de 60 anos devem passar por uma avaliação no Posto de Saúde antes de tomar a vacina. Para as pessoas que não podem tomar a vacina e estiverem em áreas silvestres, a recomendação é o uso de repelentes.
[alert style=”warning”]Macacos não transmitem febre amarela[/alert]
A Febre Amarela, portanto, não é contagiosa, isto é, os macacos não transmitem diretamente essa doença, assim como ela não é transmitida diretamente de um humano a outro. Os mosquitos são os vetores do vírus, transmitindo-o entre primatas humanos e não humanos. Os especialistas garantem que macacos não transmitem Febre Amarela, eles também são vítimas da doença. A Febre Amarela é transmitida apenas pela picada do mosquito.