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‘Operação Maré’ marca o início da semana em favelas do Rio

A operação contou com atuação de homens de batalhões especiais da polícia civil e da polícia militar. (Foto: Voz das Comunidades)

Operação do Governo do Estado começa na Maré, Vila Cruzeiro e Cidade de Deus

Nesta segunda-feira, 9 de outubro, pelo menos 13 das 16 favelas da Maré e mais de 120 mil moradores lidaram com os efeitos da “Operação Maré”. A operação do Governo do Estado do Rio de Janeiro contou com atuação de homens de batalhões especiais da polícia civil e da polícia militar, e apesar do nome, aconteceu no Conjunto de Favelas da Maré, Vila do Cruzeiro, no Complexo da Penha e Cidade de Deus. 

A operação, anunciada inicialmente em conjunto com o Governo Federal no fim de setembro, foi comandada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, sem atuação das forças federais e sem motivação direta informada. A região que vai do Parque União ao Parque Maré foi a que concentrou maior parte das ações, mas houve circulação de agentes policiais e veículos blindados em outros diversos pontos da Maré.

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Em descumprimento a determinação da ADPF das Favelas, parte significativa dos agentes policiais que participaram da operação não tinham câmera acoplada em seus uniformes. Havia ambulância para socorro à possíveis vítimas – esta é a segunda operação policial onde essa determinação é cumprida em 3 anos

Durante a ação, barricadas foram retiradas de alguns pontos das favelas atingidas, o que ocasionou diversos vazamentos em canos danificados. No Parque União, pelo menos 4 pontos foram identificados, divulgados pela associação de moradores local. Depredação do espaço público na Nova Holanda e invasões de domicílios também foram relatadas no Parque União e Conjunto Esperança. 

Presença ostensiva de agentes da polícia civil e militar fez parte da dinâmica da operação nesta segunda-feira. (Foto: Voz das Comunidades)

Cotidiano e acesso à direitos negados:

Saúde e segurança alimentar:

As clínicas da família Jeremias Moraes da Silva, Augusto Boal, Adib Jatene, Diniz Batista, e o Centro Municipal de Saúde da Vila do João tiveram atendimento interrompido, o que representa em média a suspensão de 990 atendimentos médicos. A saúde mental dos moradores de favelas que tem a presença de agentes policiais também vem sendo observada por diferentes linhas de pesquisa – a ansiedade e a insônia, por exemplo, são frequentes. Na noite deste domingo, ao observar movimentações dos agentes policiais nos entornos do conjunto de favelas a troca de informações e mensagens entre os moradores demonstrava o medo sobre o que viria a acontecer. 

O Espaço Normal, equipamento da Redes da Maré que acolhe pessoas que vivem em situação de rua, ou usuárias de crack, álcool e outras drogas, e realiza cerca de 100 atendimentos diariamente, também não teve funcionamento nesta segunda. O Prato Feito Carioca, projeto da Prefeitura do Rio de Janeiro inaugurado na última semana, também teve o funcionamento interrompido nesta segunda-feira, inviabilizando o serviço de cerca de 280 refeições para moradores que vivem em situação de vulnerabilidade. 

Educação:

Mais de 17 mil estudantes da Maré não puderam estudar hoje. Na rede municipal de educação 41 unidades escolares suspenderam suas atividades, afetando 13.799 alunos. Na rede estadual, pela manhã duas escolas estaduais não funcionaram,  uma média de 1462 alunos sem aula. As aulas dos cursos do eixo de Educação da Redes da Maré também foram suspensas, entre aulas de alfabetização para mulheres, cursos de informática e preparatórios, um total de 522 estudantes fora de suas rotinas de acesso à aprendizagem. 

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