Mais de 20 pessoas mortas foram mapeadas pela Defensoria Pública e organizações locais
Por Jéssica Pires e Samara Oliveira, em 22/07/2022 às 9h22
Na madrugada desta quinta-feira, moradores do Complexo do Alemão amanheceram com um intenso tiroteio em decorrência de uma operação policial encabeçada por equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil. Segundo organizações locais e a Ouvidoria da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, ao menos 20 pessoas morreram na ação, no entanto, a Polícia Militar confirma 18 mortes.
Ao longo do dia, denúncias e pedidos de socorro foram publicados redes sociais pelos próprios moradores, ativistas, coletivos e organizações sociais e de comunicação do Complexo do Alemão. De abuso de poder, invasão de domicílio e cárcere de moradores, sem mandados policiais, até agressão física e verbal, além da morte de muitas pessoas. O uso do helicóptero como plataforma de tiro também foi registrado na ação. Uma parte do dia foi destacada pelo uso de panos brancos dos moradores pedindo o cessar da ação.
Em nota, o Ministério Público do Rio de Janeiro informou que está acompanhando a operação no Alemão e que vai adotar as medidas cabíveis. Segundo dados do Instituto Fogo Cruzado, somente neste ano foram registrados 19 tiroteios no Complexo do Alemão.
No fim da operação, em coletiva de imprensa, o subsecretário operacional da Polícia Civil foi questionado sobre a quantidade de mandados de prisão expedidos para a ação e quantos foram cumpridos. O representante não soube responder.
O Coletivo Papo Reto publicou um vídeo-manifesto com imagens que resumem o dia da ação da polícia esta quinta no Complexo do Alemão.