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Passarelas: problemas persistem

Passarela 10: piso, que era de madeira e borracha, ganhou uma camada de cimento; fiação elétrica ainda apresenta riscos | Fotos: Douglas Lopes

Após meio ano, pouco ou nada mudou nas passarelas que atendem à Maré

Maré de Notícias #99

Por: Hélio Euclides

Já se passaram seis meses desde que a Edição 92 do Maré de Notícias abordou o tema. E hoje? Como estão as passarelas, essas importantes ferramentas de mobilidade? Infelizmente, pouca coisa mudou e os moradores continuam tendo seu direito de deslocar-se livremente, em parte, cerceado, uma vez que atravessar a passarela, única opção para os transeuntes irem de um lado para o outro da Avenida Brasil, oferece riscos potenciais e reais à integridade física.

Para se ter uma ideia, são cinco passarelas na Avenida Brasil, as do Conjunto Esperança, Posto Saci (8), Rubens Vaz (10), Borgauto (11) e Praia de Ramos (12) no trecho que contempla a Maré, feitas de tubos de ferros e madeiras. As estruturas foram criadas para serem provisórias, mas o problema é que se tornaram permanentes. Para que o temporário se tornasse definitivo, a Prefeitura cobriu com cimento os pisos de madeira e borrachas. Simples assim. Os moradores que, ao que tudo indica, possuem mais discernimento que as autoridades, ficaram receosos – e com razão – com o aumento no peso da estrutura. Outras passarelas, originalmente projetadas para serem permanentes, também necessitam de reparos urgentes. Buracos no piso e arames soltos são os problemas mais comuns.

Insegurança diária

Quem precisa atravessar a Avenida Brasil, diariamente, não vê a hora da reconstrução das passarelas. É o caso de Priscila Lins, moradora de Roquete Pinto. “É preciso oferecer um serviço seguro para o pedestre, algo que não sentimos ao trafegar pela passarela”, revela.

No mês de março, foi inaugurada a passarela 6 que servirá de acesso ao BRT da Vila do João/Fiocruz . Próxima a ela, encontra-se a passarela do Conjunto Esperança, em pior estado. Além de uma escadaria que, em alguns pontos o corrimão está remendada com tábuas e arames. “É preciso melhorar a segurança. Ando com dificuldades nela”, conta Auxiliadora Ferreira, moradora do Conjunto Esperança.

Na Passarela 8, até derrubaram a estrutura metálica, mas refizeram outra igual para substituí-la. De acordo com Heitor Pereira, administrador regional da 30ª Região Administrativa, a aparente incoerência teve motivo. “A Passarela 8 estava com problema e foi colocada uma provisória no local. Com a construção das estações, todas as passarelas metálicas serão removidas para a colocação das permanentes”, explica.

Outro problema levantado pelos moradores é o furto de peças nas estruturas provisórias, o que precariza, ainda mais, as condições das passarelas e as deixam mais perigosas para o morador.

As passarelas de cimento se deterioram

Chegar à Clínica da Família Diniz Batista dos Santos, próxima ao BRT Transcarioca Maré,

na Avenida Brigadeiro Trompowski, em frente ao Parque União, não é fácil. O paciente precisa descer 35 degraus para se consultar. “Tinha de ter uma rampa para descer cadeirantes e pessoas de idade. Quando tive chikungunya fiquei sem condição de ir ao médico, por causa da escadaria”, conta Nelita Pereira, moradora do Parque União.

 Questionada pelo Maré de Notícias, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação informou que estão sendo realizadas ações de reparo nas passarelas, ao longo da Avenida Brasil e que a primeira a se beneficiar será a 12. De acordo com a Secretaria, as reformas estão sendo feitas de forma constante e as passarelas provisórias são seguras e não apresentam risco de queda, apesar da grande depredação sofrida. Sobre o piso de cimento, a Secretaria declarou que não há risco e que foi feito um estudo para amparar tal ação.  Espera-se que tais informações sejam verdadeiras e embasadas por especialistas, e que as promessas de melhorias virem compromissos, a serem cumpridos urgentemente.

Reclamações e dúvidas sobre as passarelas:

http://www.1746.rio/portal/servicos

Telefone: 1746

O povo fala:

 “Acredito que as passarelas tinham de ter manutenção constante, pelo menos de seis em seis meses”. André Luiz, morador do Parque União.

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