Profissionais da Maré fazem protesto contra crise na Saúde
Hélio Euclides
Uma notícia surpreendeu no primeiro dia do mês de agosto: jornais cariocas circularam com a informação de que a Saúde Municipal estava em crise, e que onze Unidades de Saúde na Zona Oeste, que atendem a mais de 350 mil pessoas, seriam fechadas. A notícia foi piorando ao longo do dia: outras Clínicas da Família (CF) e Centros Municipais de Saúde (CMS) de outros pontos da cidade também poderiam fechar. O resultado foi a ocorrência de diversos protestos feitos pelos profissionais da Saúde. Um deles ocorreu no dia 02 de agosto, quando funcionários do CMS Samora Machel, na Nova Holanda, paralisaram suas funções, e fizeram um minuto de silêncio em frente à unidade.
Os funcionários seguravam uma faixa onde se lia: #Nenhuma Clínica a Menos. Em um outro cartaz, os dizeres eram: A Maré Unida pelo SUS. “Estamos aqui para defender nossa unidade e todas as outras da cidade, não tem para onde correr. Num momento de crise no País, é quando o paciente precisa mais de nosso apoio. Mesmo quem tem Plano de Saúde, procura o serviço público para tomar uma vacina ou o tratamento de tuberculose, que é exclusivo pelo SUS. Esse ato não é questão política, mas pelo direito à Saúde, que está na Constituição [Federal de 1988]. Vamos continuar na luta”, afirma Carlos Vasconcelos, médico do CMS Samora Machel, administrado pela instituição Viva Rio. Quem passa em frente a outras Unidades de Saúde na Maré, percebe cartazes em frente às faixadas, como ato de protesto.
A Prefeitura atingiu o teto da Lei de Responsabilidade Fiscal e esse pode ser o principal motivo do colapso na Rede de Saúde, com o corte de orçamento na Secretaria. “Ficamos sabendo que foram dispensados funcionários da Saúde, da área de Jacarepaguá. O motivo apresentado foi a falta de recursos. O pior é que a informação complementar é que vão dispensar outros. Por isso, resolvemos mobilizar funcionários e pacientes. Um dado importante é que cada Clínica da Família, com suas equipes completas, atende a uma média de 30 mil pessoas”, desabafa o médico.
A Secretaria Municipal de Saúde reforçou as declarações do prefeito Marcelo Crivella de que nenhuma Unidade será fechada e que o serviço será mantido. Mas não confirmou se haverá cortes na verba da Saúde na cidade.