O pequeno e perigoso mosquito ocupa Praia de Ramos e Roquete Pinto, transmitindo dengue, zika e chikungunya
Hélio Euclides
É impressionante o número de mosquitos que voam nas comunidades da Praia de Ramos e Roquete Pinto. Nem a equipe do Maré de Notícias escapou de suas picadas. “Acho que o grande número de mosquitos é motivado pela sujeira nas ruas. Deveria ter mais limpeza e a volta do fumacê”, sugere Lúcia Lima, moradora da Roquete Pinto.
Os mosquitos até parecem que desejam estudar, invadiram as escolas. “Para escapar dos mosquitos trabalhamos de calça comprida, meias e fazemos uso de repelentes”, explana Anna Maria Antunes Braga, diretora do Espaço de Desenvolvimento Infantil Armando de Salles Oliveira, na Praia de Ramos. Ela acredita que o lixo pode ser o foco. “Encostados ao muro da escola tem quatro latões conhecidos por “laranjões”. Teoricamente, os recipientes teriam o lixo retirado e lavado diariamente, só que isso não acontece. Não recebendo o tratamento de limpeza que deveria, surge o mau cheiro, ambiente desagradável e insalubre. Por outro lado, a Comlurb passa diariamente, mas os moradores jogam o lixo fora do horário, após a coleta”, reclama.
Para Anna, pode existir outro motivo para a proliferação: “o arco abandonado da antiga lona cultural também pode ser o motivo do acúmulo de mosquitos”, conta. A sua colega de profissão, Kátia Henriques, diretora do CIEP Leonel Brizola, na Praia de Ramos, pensa parecido: “a escola fica do lado da sede da Comlurb na comunidade, e isso já é um motivo para o grande número de mosquitos. A maioria dos professores vem trabalhar de calça para não ser picado. Mas não é só nos espaços públicos, há reclamações de muitos mosquitos em casas”, revela.
Cristiano Reis, Presidente da Associação de Moradores da Praia de Ramos e Roquete Pinto, está receoso com a proximidade do verão. “Com esse grande número de mosquitos, o maior medo é o acúmulo de água da chuva nas lajes. Aqui tiveram alguns casos de dengue no início do ano, pela falta de conscientização de todos. Não podemos esperar o circo pegar fogo, temos de evitar a doença. Até uma tampinha de garrafa é criadouro do mosquito Aedes Aegypti”, informa. Ele concorda com a diretora sobre o abandono da lona cultural. “Acredito que a antiga lona acumule mosquitos, pela concentração de objetos espalhados”, desabafa. Segundo Cristiano, a responsabilidade pela antiga lona é da Subsecretaria de Esportes e Lazer.
Sobre os “laranjões” próximos ao muro da escola, Cristiano afirma que a Associação providenciou o afastamento. A Comlurb informou que os contêineres metálicos (laranjões) são esvaziados diariamente, possuem tampas e há limpeza no entorno, não favorecendo a proliferação de mosquitos. A Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo combate aos mosquitos, comunicou que irá verificar a área.