Baía de Guanabara é berço da Maré

Você sabe por que 18 de janeiro se tornou o Dia Estadual da Baía de Guanabara? Em 2000, neste dia, um enorme vazamento de óleo na baía marcou a ambiental do Rio de Janeiro.

De lá para cá, a baía tem resistido bravamente a desastres e ao envenenamento diário com o lançamento de esgoto sem tratamento e, ainda assim, é considerada uma das mais bonitas do mundo.

“O vazamento repercute até hoje sobre a qualidade ambiental da baía, a vida marinha e a vida dos pescadores. Houve um decréscimo de 90% da produção pesqueira e ampliou-se o empobrecimento destas comunidades.”

Sergio Ricardo de Lima, ecologista fundador do Movimento Baía Viva.

Breno Henrique de Souza é  morador do Conjunto Bento Ribeiro Dantas, uma das 16 favelas da Maré.

“A história da Maré é a história dos pescadores que aqui viviam e ainda vivem, é a história dos primeiros moradores, como a Dona Orozina, que ocupou o Morro do Timbau.”

Breno Henrique de Souza, oceanógrafo mareense

Infelizmente, são poucos os avanços práticos na situação de um dos recursos ambientais mais importantes do Rio de Janeiro.

“A baía recebe cerca de 18 mil litros de esgoto por segundo. A estação de tratamento de esgoto Alegria foi projetada com capacidade para tratar 5 mil litros de esgoto por segundo.”

Sergio Ricardo de Lima, ecologista fundador do Movimento Baía Viva.

“Se essa estação estivesse funcionando com sua carga operacional plena, cerca de um terço de todo o esgoto que é lançado diariamente na baía já poderia estar sendo tratado.”

Sergio Ricardo de Lima, ecologista fundador do Movimento Baía Viva

É possível dizer que os avanços nesta questão estão relacionados ao maior envolvimento da sociedade civil e acadêmica no entendimento dos problemas que afetam a baía.

“O acidente de 2000 foi um marco não somente pela questão ambiental, mas também pelo início das discussões sobre causas e consequências das atividades potencialmente poluidoras. “

Fabio Hochleitner, pesquisador do Lamce/Coppe/UFRJ na área de Sensoriamento Remoto da Atmosfera.

A Universidade do Mar da Baía de Guanabara é uma proposta que surgiu do movimento em parceria com a Morena, associação de moradores de Paquetá, e o departamento de oceanografia da UERJ.

“A ideia é criar um campus avançado da Uerj e ele será voltado à pesquisa, ensino, projetos de extensão, mas também para apoiar tecnicamente quem tiver interesse em soluções sustentáveis para a Baía de Guanabara.”

Sergio Ricardo de Lima, ecologista fundador do Movimento Baía Viva.

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