Dos quase 140 mil habitantes da Maré, 27% são jovens entre 15 e 29 anos, representando uma grande parcela da população local. Os dados são do Censo Maré.
No segundo semestre de 2021, 5 iniciativas de jovens que trabalhavam com educação, arte, cultura, literatura e música receberam formação, mentoria e apoio financeiro para implantação de seus projetos.
A ação foi da Redes da Maré para apoiar, mapear, desenvolver e fortalecer iniciativas de jovens por meio de um processo de formação, mentoria e apoio financeiro para implantação de projetos.
Foram mapeados 56 projetos nas 16 favelas da Maré, a partir de uma rede de articulação das iniciativas inscritas na chamada pública do Lab Semente e das indicações de parceiros locais.
Do total das iniciativas mapeadas, 69% não eram formalizados e 77% afirmaram a articulação com outras iniciativas, o que evidencia a capacidade natural de mobilização dos coletivos.
Se por um lado a fragilidade do Estado em promover e assegurar direitos se torna cada vez mais latente, especialmente em favelas, por outro, coletivos e movimentos sociais ganham cada vez mais importância e relevância na atuação em atividades de interesse público.
Na Maré, os jovens são historicamente responsáveis pela criação de movimentos que se articulam para a garantia de direitos. Essa luta foi responsável pela implantação de 50 escolas e 8 unidades de saúde, por exemplo.
Camila Mendes e Anderson Oliveira são educadores e idealizadores do “Leituras na Favela”, projeto de incentivo à leitura que ocorre por meio de oficinas, contação de histórias e ciclos de leitura, que participou do Lab Semente.
“Nossa participação no Lab foi muito produtiva. Aprendemos a estruturar o nosso projeto, escrever de fato todas as etapas. Nesse percurso, refletimos sobre nossos objetivos enquanto coletivo e definimos ações para alcançá-lo.”