Protagonismo trans em debate

Janeiro é o mês da Visibilidade Trans e Travesti. Março é o mês das Mulheres. Como essas importantes datas podem conversar?

Visibilidade, orgulho, respeito… cada luta tem sua pauta, no entanto, o respeito à vida e à dignidade humana atravessa todas elas.

Num discurso acadêmico, travestis e mulheres trans, principalmente negras, não são evidenciadas nem protagonizaram o discurso.

“Mas na vida, na prática, na história, mulheres negras cis e trans sempre lutaram, resistiram e construíram outras possibilidades de existências de forma coletiva.”

Nlaisa Luciano Gaspar, coordenadora do Pré Vestibular Comunitário do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM)

Para Nlaisa, a mulheridade está para além de uma lógica binarizada sobre o que entendemos do feminino. Essa é a visão dela enquanto travesti, alinhada aos estudos mais avançados sobre gênero.

“Biologia não é determinação, gênero resulta de uma combinação única em cada um de nós.”

Judith Butler, criadora da teoria Queer

Nlaisa acredita que num regime de organização social capitalista, com o aumento de desigualdades, desenvolver coletivamente as lutas e se envolver na prática com ações de lutas.

Para ela, é essencial sermos capazes de agir e construir possibilidades estratégicas de mudanças efetivas.

“Quando excluem a existência de mulheres trans invalidando nossa identidade e autenticidade usando de um discurso desonesto que reduz existências humanas ao genitalismo, contribuem numa homogeneização das vivências e esquecem de diferenças estruturantes como raça/etnia e classe.”

Nlaisa Luciano Gaspar, coordenadora do Pré Vestibular Comunitário do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM)

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