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PONHA-SE NA RUA

Remoções e resistência no  Rio de Janeiro.

A história do Rio de Janeiro é a história das remoções. Desde 2014, a retirada de construções apontadas como irregulares pela Prefeitura é parte do cotidiano da cidade.

Apesar da lei de 2020 que determina a suspensão do cumprimento de mandados de reintegração de posse, despejos e remoções na pandemia, pelo menos 50 construções foram demolidas na Maré em 2021.

Não sabia de nada. Gastei R$ 50 mil, que agora foram destruídos, um sonho que foi por água abaixo,

lamentou Bárbara Lima, que teve seu imóvel demolido na Nova Holanda em agosto.

Os valores praticados pelo mercado imobiliário e a ausência de políticas públicas para garantia de direitos têm relação direta com esse tipo de situação.

“As classes trabalhadoras sempre tiveram que se virar para morar na cidade, que é profundamente desigual e injusta,”

aponta Carlos Vainer, membro do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ)

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O QUE DIZ O PODER PÚBLICO?

Posicionamento oficial geralmente aponta para a necessidade do progresso e do combate às irregularidades.

“Essa gestão vai retirar tudo que é irregular e traga perigo ou transtorno, seja onde for.”

Afirmou Diego Vaz, subprefeito da zona norte do Rio de Janeiro após as demolições em agosto

No livro “SMH 2016: remoções no Rio de Janeiro Olímpico”, Eduardo Paes é apontado como o prefeito que mais removeu na história do Rio. À época, Paes qualificou o livro como “panfleto de oposição.”

Para o pesquisador  Carlos Vainer, a única maneira de garantir o direito à moradia digna é a luta organizada dos trabalhadores, dos sem teto e das pessoas que vivem e moram em condições precárias.

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MEMÓRIA NÃO SE REMOVE

Resistência por todos os lados. Coletivos de moradores se unem em organizações como o Museu das Remoções e o Museu da Maré para lutar pelos seus direitos e questionar a ausência de políticas públicas.

O direito à moradia tornou-se direito constitucional em 2000. Ter onde morar é direito humano fundamental e de caráter imediato, mas milhares de brasileiros seguem sem acesso a uma moradia digna.

CONFIRA A MATÉRIA  “O ‘progresso’ e o direito à moradia: um Rio de remoções”  NO MARÉ DE NOTÍCIAS

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