Fóruns se reúnem para falar sobre dependência química

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Lideranças comunitárias e de saúde participam de reunião na Redes da Maré para discutir o tema

Hélio Euclides

O Fórum das Associações de Moradores e o Fórum de Drogas da Maré se encontraram na Redes da Maré, na Vila dos Pinheiros, para falar do tratamento dirigido ao dependente químico. Profissionais da saúde ligados aos Centros de Atenção Psicossocial trocaram experiências com presidentes de associações de moradores sobre o tema.

Psicólogas mencionaram a importância da execução de atividades junto aos pacientes, como trabalhos manuais. “Muito bom ver o material produzido pelos assistidos, de ter locais para criar formas de conseguir renda. Não podemos fazer tudo, pois a saúde passa por dificuldades, percebe-se isso nas equipes da saúde da família. Para ajudar mais esses dependentes, o ideal era um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) por região”, conta Nara Gos, psicóloga do CAPS II Carlos Augusto da Silva (Magal), em Manguinhos.

Nara pediu aos presidentes que encaminhem os que procuram a associação para os locais de tratamento. Mencionou que o CAPS realiza atendimento sempre à tarde na Clínica da Família Adib Jatene, na Vila dos Pinheiros, nas terças-feiras; no Centro Municipal de Saúde da Vila do João, nas quartas-feiras, e na Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva, nas segundas-feiras. “Foi bom reconhecer o trabalho, para as associações de moradores se agregarem a esse caminho do tratamento que começa na clínica da família”, afirma Vanda Canuto, redutora de danos do CAPSad III Miriam Makeba.

Cláudia Santana, presidente da Associação de Moradores do Parque Ecológico, achou valioso o encontro. “Tinha muita coisa que não sabíamos, para orientarmos os moradores, em especial na área de psicologia e sobre o CAPS. Também sobre especialistas que não encontramos nas clinicas da família, que podem ajudar quem precisa, na grande maioria que sofrem com a dependência do álcool”, comenta.

Ao final, foi mostrado o trabalho realizado no Espaço Normal, um ponto de referência sobre drogas na Maré, com tratamento em local aberto. “A proposta é mediar o atendimento com outros equipamentos e o Fórum das Associações de Moradores. O objetivo é fortalecer os dois campos, para que todos possam conhecer qual o tratamento que é feito com a população de rua. Mobilizar instituições para um atendimento integrado nas cenas da Avenida Brasil e da Rua Flávia Farnese. Hoje foi falado para onde se pode encaminhar alguém, quando surge a demanda; procura de diálogo, fomentar redes de trabalho e para isso propiciar mais encontros como este”, destaca Luna Arouca, coordenadora do Espaço Normal.

Como é formado os Fóruns?

Os fóruns são assembleias ou reuniões que têm o objetivo de discutir um tema em comum. O Fórum das Associações de Moradores é composto por 16 instituições que representam o Conjunto de Favela da Maré.

O Fórum de Drogas da Maré é formado pelas seguintes instituições: Associação de Moradores do Parque Maré, Núcleo Interdisciplinar de Ações para Cidadania (Niac/UFRJ), Centro de Estudos sobre Segurança e Cidadania (CESeC), CAPSad III Miriam Makeba, Coordenadorias de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH/CASDH), 4ª Coordenadoria de Desenvolvimento Social (SMASDH/4ª CDS), Consultório na Rua Manguinhos, Centro de Referência Especializado de Assistência Social Nelson Carneiro (CREAS), Central de Recepção de Adultos e Famílias Tom Jobim (CRAF), Hotel Solidário Profeta Gentileza, Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva, Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), Conselho Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua e dos Catadores de Materiais Recicláveis/RJ (CNDDH), Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, Defensoria Pública da União, Escola Estadual Professor Joao Borges, Escola Municipal Bahia, Programa Crack, Álcool e outras drogas, Fiocruz, Plataforma Brasileira de Política de Drogas (PBPD), Defensoria Pública do Estado do RJ (NUPEM E NUDEDH) e Cineminha na Cena: Bhega Silva – Cineminha no Beco.

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