Familiares de idosa moradora da Maré pedem socorro para realização de operação

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Paciente está há dois anos aguardando cirurgia

Por Hélio Euclides, em 04/03/2021 às 14h

Editado por Edu Carvalho

Há um ano, com o início da pandemia do covid-19, prefeitos e governadores no país tentam cada vez mais expandir o número de leitos para atendimento de pacientes com coronavírus. A matemática é clara: as enfermarias recebem alto quantitativo de pessoas com sintomas, há falta de leitos, e os hospitais tendem a realocar suas estruturas para dar vazão às demandas, suspendendo com isso até operações médicas efetivas. No Morro do Timbau, uma família sofre na fila para operação da matriarca, que nunca chega e causa aflição com a piora no quadro da doença.

A idosa Zenilda Acioli, de 80 anos, está há dois anos na fila do Sistema de Regulação (Sisreg) para a operação de hernioplastia inguinal/crural unilateral. A paciente é a de número 1.683 na fila. Ana Paula Acioli, é filha de dona Zenilda e não se conforma em ver sua mãe num quadro preocupante, com dores persistentes. “Ela está com a bexiga arriada, sangra muito e está fraca. Para piorar, agora minha mãe não tem vontade de se alimentar. Queria que ela fosse internada e operada. É muito triste ter receio de ver minha mãe morrer por falta de atendimento”, diz Ana. A idosa já é acompanhada pela Clínica da Família Augusto Boal e realizou todos os exames do risco cirúrgico

Com a perda de sangue recente, familiares a levaram ao Hospital Municipal Evandro Freire, na última terça-feira, 02/3. No atendimento, ocorreu aplicação de injeção contra dor, mas a paciente foi liberada, para tratamento com cloridrato de ciprofloxacino em casa. “A médica nem examinou conforme o procedimento de uma consulta. Olhou os exames e risco cirúrgico e afirmou que era caso de cirurgia, que não tinha o que fazer. Mandaram ela para casa num quadro bem ruim. Não é possível que tantos hospitais de referência não tenham uma vaga para internação de minha mãe”, conta Ana. 

“Estou exausta, mas não vou me calar. Minha mãezinha não merece passar por esse problema. É uma humilhação saber que os órgãos têm o poder de ajudar e não fazem nada”, conclui a filha. A direção do CER Ilha esclareceu que a Sra. Zenilda foi atendida na unidade, passou por avaliação médica e recebeu as orientações sobre o caso. Afirmou que o caso é para tratamento ambulatorial e que a internação da paciente não foi necessária. Por fim, se colocou à disposição da Sra. Zenilda para outros esclarecimentos.

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