Piscinão pede socorro

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Inaugurado com a promessa de ser um polo de lazer, Piscinão chega aos 18 anos necessitando de reformas e manutenção

Maré de Notícias #99

Por: Hélio Euclides

“Cada mergulho é um flash!” Esse bordão da personagem Odete, interpretada por Mara Manzan na novela O Clone, deixou ainda mais conhecido o Piscinão de Ramos. Corria o ano de 2001 e ambos, a novela e o Piscinão, faziam o maior sucesso. No entanto, passados 18 anos de sua inauguração, muita coisa mudou – e infelizmente para pior – no nosso Piscinão. Atualmente, o lago artificial não está mais na mídia e, com isso, o investimento minguou. Um exemplo é a antiga lona cultural, chamada de Circo Voador, na qual primeiro vieram os rasgos na cobertura, depois a deterioração da estrutura e, por fim, a retirada de toda armação metálica pela Prefeitura. O local virou um estacionamento e até a sede administrativa foi ao chão.

Além do lago artificial, a área do Piscinão é composta por quadras de esporte, campo sintético, áreas de lazer com churrasqueiras e mesas para jogos, praça com brinquedos e banheiros – uma estrutura e tanto. O problema é que tudo isso carece – e muito – de reparos e manutenção. É isso o que afirma Amaury Junior, vice-presidente da Associação de Moradores de Roquete Pinto e Praia de Ramos. “Começaram a reforma dos banheiros e não terminaram. É preciso podar as árvores do entorno, reformar os campos, retomara lona cultural e retirara carcaça de barco da praia”.

Problemas

O local, que recebe banhistas de muitos lugares, em especial da Baixada Fluminense e periferia da cidade do Rio, enfrenta muitos problemas. Entre eles, a falta de banheiros adequados aos usuários. Com cinco pontos existentes desde a sua inauguração, atualmente os banheiros perecem com a ausência de chuveiros, telhas, água e luz.

Outro problema é a qualidade da água da piscina.O Maré de Notícias, Edição 85, de fevereiro de 2018, revelou que não ocorria a limpeza há um ano, o que aconteceu apenas antes desse verão. Um morador, que preferiu não se identificar, disse que o período de limpeza só durou 20 dias, diferentemente de outros anos, em que ficava interditado por três meses. Segundo ele, o tempo foi muito curto para a manutenção do lençol freático, remoção de areia do fundo, retirada de impurezas e colocação de caminhões de areia limpa.

Os problemas vão além. Ao andar pela orla, é possível ver lixo na areia e na água, bancos quebrados, arquibancadas deterioradas, fios expostos nos postes de iluminação, campo com ausência de grama sintética e grades estragadas. Bruno Soares, comerciante do Parque União e da Vila do Pinheiro, joga há dez anos no campo sintético. “Houve uma tentativa de reforma e corrigiram algumas coisas. Mas há grades furadas e o remendo no piso sintético não ficou bom”, avalia.

Para o fim do descarte de lixo em local inadequado, a Comlurb instalou papeleiras feitas de pallet na orla e na areia. “A papeleira feita de madeira não agride a natureza, além de aproveitarmos material reciclado”, comenta um funcionário da empresa municipal de limpeza, que não se identificou. A Comlurb informou que os serviços de poda na região acontecem quando são identificados pela associação de moradores e/ou pelo 1746. Alegou ainda que, no último mês de dezembro, foram realizados cerca de 300 manejos nos vegetais e a remoção de árvores invasoras na área do piscinão e no local onde existia o Circo Voador.

Também procurado pelo Maré de Notícias, a Fundação Rio-Águas informou que realiza manutenção periodicamente no lago artificial e que a última foi em dezembro de 2018. Declarou, ainda, que o Piscinão é esvaziado para a realização dos seguintes trabalhos: desinfecção da areia, remoção de microalgas, reparo na manta e manutenção da Estação de Tratamento de Ramos. Destacou que o tratamento é diário e a qualidade da água é constantemente monitorada, que o resultado das análises dos últimos laudos para a balneabilidade do Piscinão de Ramos foi excelente.

Entramos em contato com a Empresa Municipal de Urbanização (Riourbe), sobre a questão dos banheiros; com a Superintendência local, sobre os chuveiros e obras; e com a Secretaria Municipal de Conservação, sobre a reforma dos bancos e fios expostos. Os três órgão não responderam os questionamentos, o que mostra que estão satisfeitas com as condições do local – ao contrário dos frequentadores. Os que frequentam esse espaço merecem respostas sobre as atuais falhas no funcionamento do Piscinão – um lugar que poderia ser um verdadeiro oásis no meio do deserto de lazer e cultura das regiões periféricas do Rio de Janeiro. 

O povo fala:

 “Venho de Irajá e acho maravilhoso esse lugar; o que falta é alguns chuveiros”.  Lúcia Helena.

“Não precisa mudar muito, acho que a única coisa é recuperar os banheiros. Essa reforma ajudaria muito as pessoas que frequentam aqui”. Michele Zacarias, moradora de Bangu.

“É preciso reformar os banheiros existentes e construir outros, pois são poucos. Isso diminuiria o número de pessoas que fazem as suas necessidades nas águas”. Joísse Farias, moradora da Praia de Ramos.

 “A limpeza do Piscinão deve ser feita mais vezes por ano”. Jonathan Vieira, morador da Praia de Ramos.

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