É Maré  ou Veneza?

Se uma máquina de teletransporte existisse, alguém poderia jurar que chegou a Veneza, cidade italiana, ao pisar na Nova Holanda, depois de uma chuva forte.

Tanto a Nova Holanda, uma das favelas que fazem parte da Maré, quanto a cidade italiana foram aterradas, construídas em palafitas e facilmente alagadas.

Com tantos alagamentos, a impressão que se tem é de que toda a Nova Holanda está abaixo do nível do mar. Mas, na verdade, apenas parte dela,  de acordo com um relatório publicado pela Prefeitura do Rio em 2008.

“Mínimas áreas se encontram abaixo de 1,5 metro, que são passíveis de alagamento. Uma dessas áreas está na Nova Holanda.”

Carolina Galeazzi, pesquisadora, arquiteta e urbanista.

Assim como muitas áreas da Maré, a Nova Holanda foi construída sobre um aterro. Como a água dominava a região, existe a possibilidade de, um dia, ela reivindicá-la de volta por conta da falta de escoamento das chuvas.

“O fato de ser um aterro pode se relacionar com as enchentes. A Maré se encontra em uma zona costeira de baixa elevação para onde alguns rios, hoje aterrados ou canalizados, corriam.”

Carolina Galeazzi,  urbanista.

Segundo a Associação de Moradores Da Nova Holanda, as ruas mais afetadas são Bittencourt Sampaio, Sargento Silva Nunes, Principal, Teixeira Ribeiro, Tancredo Neves e Esperança.

“A Nova Holanda é coberta por asfalto, o que deixa o solo completamente impermeável; os rios, que já viraram valões, também não dão mais conta.”

Lorena Froz, moradora da Nova Holanda e mobilizadora territorial do Eixo Desenvolvimento Territorial, da Redes da Maré.

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