Com a promessa de investir 500 milhões de reais em  segurança pública, intervenções urbanísticas e sociais, o governo do estado do Rio criou o Cidade Integrada.

programa cidade integrada

O programa teve início em janeiro de 2022 nas favelas do Jacarezinho e na Muzema. A previsão é que a iniciativa se expanda para outras áreas do Rio, incluindo a Maré.

Os eixos de trabalho planejados são: social; desenvolvimento econômico; infraestrutura; diálogo com a comunidade; transparência e segurança pública.

No entanto, o projeto que promete integração tem falhas semelhantes às das Unidades de Policiamento Pacificadora (UPP).

Apesar de um dos eixos programáticos da ocupação ser a transparência, os detalhes de planejamento não foram apresentados.

O “diálogo com a comunidade” também esteve ausente. Só depois da chegada dos policiais no Jacarezinho as pessoas foram convidadas a uma conversa.

Segundo o Núcleo de Mídia Alternativa e Comunitária do estado, não há previsão para a chegada do programa na Maré ou outras partes da cidade.

A gente supõe que um programa de integração realmente faça a ponte com quem mora naquela localidade, mas não foi o que aconteceu.

Mônica Cunha, técnica em educação antirracista

No dia 18 de março, o governo do Rio de Janeiro foi denunciado na ONU por violações de direitos cometidos em operações policiais.

O relatório condena o Cidade Integrada ao citar mortes e prisões infundadas e apontar a existência de falhas no reconhecimento fotográfico em delegacias.

Todo esse investimento em segurança pública concentrado em uma política do confronto não resolve. A segurança pública nas favelas nunca é pautada de forma preventiva e estratégica.

Arthur Viana, morador da Nova Holanda, coordenador da campanha Somos da Maré! Temos Direitos

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