Morador do Conjunto Pinheiros, Nivaldo Braga de Lima, pode ser considerado o Forrest Gump da Maré.
Inspirado no personagem de Tom Hanks, o mareense de 62 anos, mais conhecido como Zé Gordo, compartilhou a trajetória de vida antes e depois da remoção que aconteceu na Maré.
“Na infância, brincava no mangue, nas pontes e de pique bandeira. A vida não era fácil, as bicicletas eram alugadas.”
Nivaldo Braga de Lima.
Ele conta que em tempos passados o incentivo para imunizar crianças era maior.
“As vacinas eram tomadas na Praia de Ramos. Não me esqueço do vendedor de biscoito Globo que cantava: chora neném para mamãe comprar biscoito.”
Nivaldo Braga de Lima.
São muitas as memórias de Nivaldo que contam a história da Maré.
“Nadava até a ponta do estaleiro, onde é a entrada da Vila dos Pinheiros e a Ilha dos Macacos, atual Parque Ecológico. Na época não sabia que o local era da Fundação Oswaldo Cruz.”
Nivaldo Braga de Lima.
“A Maré tinha lideranças e pessoas marcantes como Ivan Neguinho, o Evanildo Alves, que tinha o apelido de Seu Baia, Dona Moura, Severino Gordo, Biu, Dona Edite, Seu Campista Barbeiro e Manoel Tampinha.”
Nivaldo Braga de Lima.
“O samba corria solto na quadra do Mataram Meu Gato, na Nova Holanda, no Magno, na Baixa do Sapateiro e no Corações Unidos, no Morro do Timbau, que começou no Largo do Centenário.”
A remoção foi uma das grandes mudanças de sua vida.
“Poucos se adaptaram. No prédio só ficaram eu e mais sete moradores antigos. Acho que o motivo foi que nos barracos todos eram muito amigos.”
Nivaldo Braga de Lima.
O amor pela Maré são como as lembranças que compartilha, eternas.
“Sempre conto que só saio daqui do Conjunto Pinheiros se ganhar na loteria, algo improvável. No fundo do coração, quero ficar por aqui, pois sou feliz na Maré”