Ritmo coleciona sucessos e influencia a indústria musical, mas ainda busca o respeito reservado a outros estilos na cultura brasileira
Artistas de grande sucesso no Brasil incluem o funk em seus repertórios e já fizeram com que o ritmo fosse reconhecido internacionalmente. Mesmo assim, o preconceito contra ele permanece.
Com décadas de existência, apenas em julho de 2021 o Grammy Latino anunciou a inclusão do funk brasileiro na categoria Música Urbana, ao lado de gêneros como rap, reggaeton, R&B e trap.
Funk melody, ostentação, ousadia, proibidão, new funk, eletrofunk, brega funk, 150 BPM. As possibilidades e vertentes são muitas. Mas para quem vive a cena, como o funk é visto agora?
“Hoje em dia, acho que muitos vêem o funk de forma diferente. E muitos lutaram para que isso acontecesse. Se você quer agitar, animar uma festa, vai tocar um funk. Temos funks virais, que tocam no mundo todo, como ‘Baile de favela.”
DJ Renan Valle, compositor e produtor musical
Mesmo com tanto sucesso, o preconceito em relação ao ritmo permanece.
Em março de 2021, a apresentação das cantoras americanas Cardi B e Megan Thee Stallion na entrega dos prêmios Grammy incluiu um trecho de WAP, remix do DJ e funkeiro Pedro Sampaio. Isso bastou para gerar críticas ao ritmo.
E o preconceito vai além da crítica musical: em março de 2019, a Justiça do Rio emitiu 11 mandados de prisão para homens envolvidos no Baile da Gaiola, o maior evento de funk do Rio, realizado na Vila do Cruzeiro.
“Ainda temos muito que mudar. Ainda o funk é criminalizado. O preconceito e ignorância de alguns que não sabem respeitar o que é cultura favelada! O funk é sobre realidade, cultura preta e sei que meu lugar hoje aqui é trazer minha voz. Cantando o que eu sou, o funk!”