Por um mundo mais fraterno, democrático e solidário
Equipe do Espaço Normal
A Reforma Psiquiátrica brasileira é fruto de uma mobilização e articulação nacional que se inicia no fim da década de 1970 e avança em conjunto com o processo de redemocratização do Brasil, envolvendo desde pesquisadores e trabalhadores de saúde mental a usuários de serviços e seus familiares, com a participação de coletivos e organizações da sociedade civil .
Esses atores sociais articulados formam, em conjunto, o movimento de Luta Antimanicomial, atuante ainda nos dias de hoje, e que tem como principais bandeiras a extinção progressiva e completa do manicômio como dispositivo de tratamento psiquiátrico, o reconhecimento dos direitos de cidadania dos loucos e a construção de um novo lugar social para a loucura.
Atualmente, com a ascensão de forças conservadoras e reacionárias ao governo, esse processo de reforma tem sofrido duros golpes, especialmente no que diz respeito ao cuidado produzido junto com usuários de crack, álcool e outras drogas. Mais do que nunca é necessário defender modos de abordagem e tratamento prestado a essas pessoas através de dispositivos de base territorial, comunitária, em meio aberto, capazes de produzir o acolhimento e cuidado e, assim, a ampliação dos seus direitos, da sua autonomia e de laços sociais.
Nesse sentido, esse evento se insere em um conjunto de atividades de mobilização e celebração Luta Antimanicomial, comemorada no mês de maio, como uma iniciativa inovadora e fundamental, trazendo para o conjunto de favelas da Maré essa discussão e processo tão necessários para a construção de um mundo mais fraterno, democrático e solidário.