EcoClima completa dois anos trazendo soluções ambientais para a Maré

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O projeto, em parceria com Petrobras, visa mitigar os efeitos das mudanças climáticas em quatro favelas do conjunto

O EcoClima-Núcleo de Economia Circular e Clima na Maré completa dois anos de mobilização territorial. O projeto faz parte do Eixo de Direitos Urbanos e Socioambientais (Dusa) da Redes da Maré, em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Também conta com o apoio educacional do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EA-UFRJ). 

O projeto foi idealizado com objetivo de contribuir para a diminuição dos impactos da crise ambiental em quatro favelas que compõem o conjunto da Maré: Parque União, Parque Rubens Vaz, Nova Holanda e Parque Maré. 

O projeto conta com vinte agentes climáticos, jovens de 15 a 29 anos, e quatro mobilizadores, todos moradores da Maré. A equipe passou por formação sobre direitos socioambientais, mudanças climáticas, ecologia e saneamento. 

Para a agente Anna Carolina Fraga, o processo formativo foi fundamental para o desenvolvimento de habilidades técnicas e planejamento de carreira. 

“Participar do projeto foi muito importante para mim porque me ajudou bastante em relação às formações. E consegui aprender nas formações com os professores da UFRJ. Desde o primeiro dia que eu tive aula sobre o telhado verde, me apaixonei pela tecnologia. Como faço Biologia, também me interessei pela parte do paisagismo do telhado e pretendo trabalhar nessa área”, diz a universitária que integra a equipe responsável pela construção do telhado verde. 

Soluções ambientais

Em seguida, o conhecimento foi transformado em soluções concretas para os problemas ambientais da Maré. O EcoClima instalou três protótipos de soluções ambientais. Os protótipos foram escolhidos de acordo com a necessidade das quatro favelas abrangidas pelo projeto.  O Biodigestor foi instalado no canal da Vila Olímpica, integrado à Praça da Paz, localizado entre as favelas Nova Holanda e Parque Maré. Já a composteira fica no EDI Maria Amélia, na Nova Holanda. O telhado foi construído na casa de duas moradoras na Rubens Vaz. 

O coordenador do projeto, Rian de Queiroz, explica que o sucesso do EcoClima ao longo desses dois anos é fruto da parceria com os atores locais e da escuta aos moradores.

“O objetivo dos protótipos do EcoClima sempre foi ser incorporado da maneira mais orgânica possível ao território. Nunca de uma perspectiva de cima para baixo ou de fora para dentro, imposta ao morador de maneira autoritária. Sempre em construção conjunta”. 

Rian reitera que a proposta não é apenas resolver problemas ambientais locais, mas também fortalecer a resiliência da favela e promover práticas sustentáveis que possam ser replicadas em outros territórios. 

Preservação manguezal 

 O EcoClima também investe em conscientização para preservação da área de manguezal do Parque União. A maior parte do ecossistema local sofre degradação devido ao despejo de esgoto e descarte inadequado de lixo.  O projeto investe em mutirões de limpeza, no final de 2023 a equipe do EcoClima removeu cerca de 300 quilos de lixo da região onde uma colônia de pescadores resiste. 

O projeto realiza ações educativas e rodas de conversa para conscientizar os moradores sobre a importância do bioma. A mobilizadora do EcoClima, Isabela Oliveira, acredita que preservar o manguezal é uma forma de manter viva as memórias ambientais e as tradições populares locais.

“Além dos benefícios ecológicos. A importância de recuperar esse ecossistema é também recuperar uma memória de como esse ecossistema já foi para os moradores, que no passado já utilizavam esse lugar como uma fonte de renda como os pescadores que já tinham ali uma fonte de renda”, ressalta a jovem. 

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