Opressão e homofobia foram temas do encontro
Roberto de Oliveira
O Brasil é o país onde mais se comete crimes contra Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros. A intolerância à orientação sexual fez com que um LGBT fosse assassinado a cada 25 horas, em 2016. Os dados são da pesquisa do Grupo Gay da Bahia, Organização que apura esses números há 37 anos, com base em notícias publicadas na imprensa, na internet e em informações passadas por amigos e parentes das vítimas.
A 1ª MOSTRA LGBT NO CENTRO DE ARTES DA MARÉ
Gabriel Horsth integra o grupo de teatro Atiro, participa do projeto Teatro em Comunidades e também do Centro de Teatro do Oprimido, grupo criado pelo teatrólogo Augusto Boal nos anos 1970.
As técnicas do Teatro do Oprimido são utilizadas no Laboratório LGBT de Teatro para debater as formas de opressão que afetam a população LGBT jovem da Maré. Gabriel dirige as atividades do laboratório, que conta hoje com 13 adolescentes. Inspirado na iniciativa, o diretor de teatro idealizou a Mostra LGBT, e venceu um Edital da Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude. Além das apresentações artísticas, debate e exposição, foi lançado durante o evento o Prêmio de Cultura e Cidadania LGBT Gilmara Cunha, criado por Gabriel para homenagear pessoas que possuem militância no combate à homofobia.
A importância de levar a discussão para a favela é porque os territórios periféricos estão atrasados na garantia dos direitos aos LGBTs. “As políticas públicas não entraram na favela. Se eu for agredido ou morto aqui, a polícia não virá investigar”, diz Gabriel.
Mais de 120 pessoas assistiram os alunos do Laboratório LGBT apresentarem uma peça com o tema: “Se eu morrer, alguém poderá realizar meu sonho?”. Marcos Carvalho, de 17 anos, participa do Laboratório de Teatro LGBT e diz que hoje se sente mais seguro para enfrentar o preconceito. “A solução para a homofobia é o respeito, só assim poderemos ter um mundo melhor”, disse o jovem que tem o sonho de se tornar chef de cozinha.
A programação também incluiu a peça “Agora Sei o Chão Que Piso”, interpretada pelo grupo Atiro e “Dandara através do espelho”, com a atriz Dandara Vital.