A PM em conjunto com a Polícia Civil é a responsável pela ação de hoje com a participação do Bope, do Choque e da Coe
O Conjunto de Favelas da Maré vive a 37ª operação policial de 2024. A ação desta terça-feira (3) começou por volta das 4h e está concentrada na Baixa do Sapateiro e Conjunto Esperança. Há relatos de tiros e circulação de policiais a pé e carros blindados também no Morro do Timbau, Vila dos Pinheiros e Vila do João. Por volta das 14h, os disparos se intensificaram.
A Polícia Militar em conjunto com a Polícia Civil é a responsável pela ação de hoje com a participação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), do Choque e da Companhia de Operações Especiais (Coe). Até o momento, três pessoas morreram e uma pessoa foi agredida até ficar inconsciente. Há relatos de vários casos de invasão à domicílio por parte dos agentes e furto de pertences dos moradores. O Eixo de Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça, da Redes da Maré, também recebeu vídeos indicando arrombamento de veículos.
Questionados sobre abordagens violentas com moradores do território, o Major Maicon Pereira, porta-voz da Polícia Militar alegou em entrevista ao RJ1, na TV Globo, que os policiais têm “uma abordagem cordial e urbana”, ressaltando os canais das corregedorias para denúncias serem apuradas.
43 escolas, sendo uma estadual e 42 municipais, estão fechadas, impactando mais de 8 mil estudantes. A operação segue em andamento. A Secretaria Municipal de Saúde não retornou ao Maré de Notícias sobre o funcionamento das unidades.
Sem descanso
“[…]É covardia em tudo quanto é lugar na Maré, de ponta a ponta, pô. Não tem essa de que é morador do lado a, lado b ou c. Não, pô! É covardia com nós tudo, nós somos um só, nós somos a Maré, mano. Passei [quase] 15 dias de covardia aqui, pô. Todo dia, todo dia aqui”
A fala é de um morador cansado após viver nas últimas duas semanas 13 operações consecutivas. Na última segunda-feira (2), com o anúncio do fim da primeira fase das demolições de casas realizadas pela Secretaria de Ordem Pública (SEOP), surgiu a esperança de que o cotidiano dos moradores da Maré pudesse retornar à normalidade. No entanto, essa expectativa não se concretizou.
O Maré de Direitos, projeto do eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça, da Redes da Maré, acolhe situações de violações de direitos no WhatsApp (21) 99924-6462 e também nos equipamentos da organização.