No lançamento, pesquisadores da Redes e de outras instituições e representantes do bairro comentaram os dados e a importância do estudo
Em 22/02/2019 – Por Eliane Salles
Os dados foram coletados de janeiro a dezembro de 2018 e tiveram como base pesquisas realizadas por profissionais da Redes, que fazem cobertura dos confrontos e acompanham os desdobramentos dos casos registrados; relatos de moradores, que procuram o serviço de orientação sociojurídica da Redes para denunciar violações de direitos; informações publicadas na imprensa; e por notícias veiculadas pelas assessorias de comunicação das polícias Militar e Civil e das Secretarias Municipais de Saúde e de Educação do Rio de Janeiro.
Com o objetivo principal de chamar a atenção para o quadro de violações dos direitos fundamentais dos 140 mil moradores da Maré (o que se dá em consequência tanto da ação das forças policiais quanto da de grupos civis armados), a Redes da Maré lançou nessa quinta, 21, o 3º Boletim pelo Direito à Segurança Pública da Maré (ano de referência 2018). “O boletim disponibiliza dados e análises sobre o quadro da segurança na Maré e quer ser um instrumento para ajudar a repensar a atual política de Segurança Pública”, explicou Lidiane Malanquini, coordenadora do Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça, responsável pelo estudo.
Execuções Um dos momentos mais impactantes do evento foi a exibição de um vídeo produzido pelo MediaLab.UFRJ a partir de dados e relatos coletados pelo Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça na operação policial realizada na Maré em 20 de junho, na qual morreram cinco jovens (que supostamente teriam sido executados) e o estudante Marcus Vinicius de Silva.
O lançamento contou com uma roda de conversas, da qual participaram, além de Lidiane Malanquini, a pesquisadora Silvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESec); Pedro Daniel Strozenberg, pesquisador e ouvidor-geral da Defensoria do Rio de Janeiro; e Rayanne Soares, moradora da Maré e integrante do Fórum Basta de Violência! Outra Maré é Possível. A conversa foi mediada pela pesquisadora da Redes da Maré e responsável pelo projeto do qual derivou o boletim, Taís de Jesus. Veja como foi a conversa e também a participação dos moradores no debate: