Unisuam recebe palestra sobre criminalização da homofobia

Data:

O evento #CriminalizaSTF teve mesa composta por profissionais e estudantes homossexuais; Kamila Camillo representou a Maré com a exposição “Toda Forma de Amor”

Flávia Veloso

O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é uma representação de resistência. Em 28 de junho de 1969, 50 anos atrás, quando as orientações sexuais diferentes da heterossexualidade ainda eram consideradas uma doença, um episódio marcaria para sempre a história desse grupo. O local era o bar Stonewall Inn, em Nova Iorque, um lugar frequentado por gays, lésbicas e transsexuais, que sempre recebia investidas policiais violentas. Nessa data, o público do bar reagiu, e a rebelião durou mais dois dias. Em 1° de julho de 1970, em Nova Iorque, foi realizada a primeira parada LGBT, em memória ao levante do bar Stonewall Inn.

Meio século após o episódio, o Brasil determina que é crime discriminar alguém por sua orientação sexual ou identidade de gênero. Esse foi o tema da palestra realizada na Unisuam, na noite do dia 28. Profissionais e estudantes das áreas de Pedagogia, Psicologia e Direito discursaram sobre este e outros assuntos.

Abrindo a mesa, o pedagogo e graduando em Psicologia Adriano Faria contou sobre as dificuldades de ser homossexual na universidade. Segundo Adriano, apesar de ser um espaço com pessoas de mais instrução, muitos universitários ainda reproduzem discursos preconceituosos, por isso as questões LGBTQIA+ devem ser debatidas desde o ensino básico, para que os preconceitos sejam combatidos.

“As fobias são frutos da construção”

Em seguida, o professor de Psicologia Edson Petrônio falou sobre os desafios de se atender a pacientes LGBTQIA+. O professor ainda explicou que “as fobias são frutos da construção”, referindo-se a construção social que leva a entender como diferente pessoas trans ou de orientação que não seja a heterossexual.

O país que mais mata homossexuais e trans no mundo

Encerrando as falas, o advogado e professor Bruno Lúcio Manzolillo abordou as leis sobre discriminação ao longo da história e ressaltou a importância que se tinha de aprovar uma lei que protegesse a vida de homossexuais e pessoas trans no Brasil, país que mais mata homossexuais e transsexuais no mundo.

Medo de represália

Fechando a noite, foi apresentada a sessão fotográfica “Toda Forma de Amor”, produzida pela psicóloga, fotógrafa e moradora da Maré Kamila Camillo e pelo fotógrafo Matheus Affonso. Ao longo de junho, os dois publicaram 16 fotos nas redes sociais com casais homossexuais do Complexo da Maré. Kamilla confessou que não conseguiu registrar casais transgênero ou transsexuais, pois eles tinham medo de sofrer represália.

Não sabe o que significa a sigla LGBTQIA+? A youtuber e drag queen Lorelay Fox explica:

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

Pesquisa vai mostrar como é a alimentação das crianças da Maré 

Perguntas socioeconômicas sobre compra de alimentos para casa, o acesso aos alimentos, e o consumo pelas crianças serão abordados, além de medir o peso e altura da família.

Por um Natal solidário na Maré

Instituições realizam as tradicionais campanhas de Natal. Uma das mais conhecidas no território é a da Associação Especiais da Maré, organização que atende 500 famílias cadastradas, contendo pessoas com deficiência (PcD)

A comunicação comunitária como ferramenta de desenvolvimento e mobilização

Das impressões de mimeógrafo aos grupos de WhatsApp a comunicação comunitária funciona como um importante registro das memórias coletivas das favelas