Ronda Coronavírus: Brasil está próximo das 100 mil mortes

Data:

Após prefeito liberar retorno de aulas de algumas turmas da rede privada, estado do Rio decreta suspensão das aulas

Nesta quarta-feira, 03 de agosto, o Brasil tem mais de 2,8 milhões de infectados e mais de 97 mil mortes pela Covid-19, de acordo com o consórcio dos veículos de mídia, sendo o segundo país em pessoas infectadas e mortas, atrás apenas dos Estados Unidos. Nas últimas 24h, as secretarias estaduais de saúde registraram 54.685 novos casos da doença. 

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro registrou nesta quarta-feira (03) 172.679 casos confirmados e 13. 855 mortes pelo novo coronavírus. A cidade do Rio tem 73.396 casos confirmados e 8.499 mortes por Covid-19. Desses números, são 6.040 casos e 824 mortes registradas de coronavírus nas favelas do Rio, entre confirmados e suspeitos, como aponta o Painel Unificador Covid-19 nas Favelas do Rio. A Maré tem 452 casos confirmados e 88 mortes, de acordo com o Painel Rio Covid-19, da Prefeitura.

Impasse na educação

Embora a Prefeitura do Rio tenha autorizado o retorno das turmas de 4º, 5º, 8º e 9º ano da rede privada a partir de 03 de agosto, o governo do Estado determinou nesta quarta-feira (05) a suspensão das aulas presenciais até 20 de agosto para ensino público, privado e superior. De acordo com o secretário de educação, Pedro Fernandes, as instituições que retomarem as atividades sem autorização do estado podem ser multadas ou fechadas. 

Diante a decisão do prefeito Marcelo Crivella, os professores das escolas particulares decidiram em assembleia virtual no dia 01 de agosto por manter a greve iniciada em julho, por não se sentirem seguros para o retorno às salas de aula. A Secretaria Municipal de Educação informa que não há previsão para retorno das aulas da rede pública municipal de ensino.

Hospitais de campanha

A atual situação dos hospitais de campanha do Rio de Janeiro ganhou um novo capítulo. O Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) contratou 14 empresas para montar estruturas, redes elétrica e hidráulica, além de cuidar dos equipamentos. Entretanto, os empresários dessas empresas alegam não ter recebido os repasses do Iabas, cerca de R$25 milhões. 

Após o anúncio, na última semana, do fechamento dos hospitais de Duque de Caxias, Nova Friburgo e Nova Iguaçu em 05 de agosto, os empresários alegaram que a desmontagem dos hospitais só acontecerá após o pagamento dos atrasados. 

Em entrevista ao Maré de Notícias, o doutor e mestre em Saúde Pública, professor e pesquisador da Fiocruz Daniel Soranz comentou que o dinheiro gasto nos hospitais de campanha poderia ter tido outro destino: “Tinha de investir no Sistema Único de Saúde, no tratamento primário. Enquanto temos hospitais luxuosos de campanha no Riocentro e Maracanã, a UPA Maré está caindo aos pedaços, soltando o piso; o Centro Municipal da Vila do João não tem nem tinta para pintar as paredes; e na Nova Holanda, a Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva não teve, até hoje, a ligação elétrica feita. Isto é desconhecer a cidade”, comenta. Confira o texto completo aqui.

Venda irregular de hidroxicloroquina

Camelô é visto vendendo hidroxicloroquina em vagão de trem do Rio de Janeiro. Mesmo sem nenhuma comprovação sobre sua eficácia no combate ao novo coronavírus, o medicamento é bastante procurado pela população. A Supervia, concessionária responsável pela malha ferroviária do Rio, esclareceu que os agentes não têm poder para apreender a mercadoria. Em nota, informou que é “proibida a negociação ou comercialização de produtos e serviços no interior dos trens, nas estações e instalações, exceto aqueles devidamente autorizados pela Administração Ferroviária”.

Suspensão das operações policiais

Nesta terça-feira, 04 de agosto, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu por maioria manter a suspensão de operações policiais nas favelas e periferias do estado do Rio de Janeiro durante a pandemia da Covid-19. Com o voto da ministra Carmen Lúcia, publicado ontem em sessão virtual, formou-se maioria para aprovar a decisão. Até o momento, sete dos onze ministros publicaram seu voto. 

A medida mostra a importância de articulações como a ADPF das favelas, que ajudou a pressionar o STF nessa votação, impedindo que a política de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro pratique condutas inconstitucionais contra a sociedade.

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

Por que a ADPF DAS favelas não pode acabar

A ADPF 635, em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), é um importante instrumento jurídico para garantir os direitos previstos na Constituição e tem como principal objetivo a redução da letalidade policial.

Escutar o povo negro é fortalecer a democracia 

Texto escrito por Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial do Brasil exclusivamente para o Maré de Notícias