Se liga, bicho! Raiva é caso sério

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Tutores devem levar cães e gatos para tomar a vacina antirrábica a partir de outubro

Por Hélio Euclides em 05/10/2020 às 19h30

O início de outubro está sendo marcado pela Campanha Nacional de Multivacinação de crianças e adolescentes. Mas não são só pequenos que devem ser imunizados nesse momento. A Prefeitura dá a partida no programa “Se liga, bicho! Raiva é caso sério”, com o objetivo de garantir a imunização de cerca de 500 mil cães e gatos com a vacina antirrábica. O alvo é dar um fim na transmissão da  hidrofobia, doença mais conhecida como raiva humana, transmitida pela saliva de animais infectados. A infecção acontece principalmente pelas mordidas, mas também podem ocorrer por  arranhões e lambidas dos bichos doentes.

A campanha antirrábica animal é feita com a vacina distribuída pelo Governo Federal para os estados, que fazem o repasse aos municípios. Em 2019, porém, o insumo não foi entregue, inviabilizando a campanha. Mesmo sem o repasse de vacinas, o município do Rio imunizou no ano passado mais de 33 mil animais com a reserva técnica de doses da campanha de 2018. A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, fatal tanto para animais quanto para humanos. 

Este ano, o sinal amarelo acendeu quando em março o estado do Rio de Janeiro registrou a primeira morte por raiva humana do Rio de Janeiro desde 2006, com o caso de um adolescente de 14 anos mordido por um morcego em Angra dos Reis. No município do Rio, não há ocorrência de raiva humana desde 1986, há 34 anos, e de casos da doença em cães e gatos, desde 1995, há 25 anos.

Para Caio Silva Rodrigues, comportamentalista de animais e morador do Morro do Timbau, a dica importante é cuidar dos animais sem tratá-los como seres humanos. “O amor para gente é uma coisa, já para os cachorros e gatos é outra. O que achamos que é bom para eles às vezes não é. Por isso, precisamos respeitá-los e compreendê-los, para não fazer mal ao animal”, diz. Sobre a saúde, recomenda o cuidado com os dentes, exercícios e ter a carteira de vacinação em dia. “Tenho duas cadelas que tomaram a vacina contra raiva no veterinário, pois a campanha de vacinação é pouco divulgada”, conclui.

Caio Silva durante passeio com seus cachorros – Arquivo pessoal

A Prefeitura do Rio, por meio da Subsecretaria de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses da Secretaria de Saúde dividiu a campanha em cinco etapas. A primeira ocorreu na Zona Oeste, no primeiro final de semana de outubro. Os tutores de animais devem procurar os postos mais próximos de suas casas. O atendimento em todos os pontos ocorrerá das 9h às 17h. A Vigilância Sanitária já divulgou as datas e regiões nas quais acontecerão as próximas etapas. Os locais de atendimentos só serão divulgados no decorrer da campanha. Mais detalhes estão na página da Vigilância Sanitária.

Cronograma da vacinação

2ª Etapa – 23 e 24/10 – Bangu e Campo Grande

3ª Etapa – 06 e 07/11 – Madureira, Guadalupe, Jacarepaguá e Barra da Tijuca

4ª Etapa – 04 e 05/12 – Ramos, Penha, Inhaúma, Engenho de Dentro e Irajá

5ª Etapa – 18 e 19/12 – Centro, Zona Sul, São Cristóvão, Tijuca, Vila Isabel e Ilha do Governador

Orientações para tutores de cães e gatos

– A imunização é exclusiva para cães e gatos acima de três meses de idade;

– Fêmeas gestantes não devem ser vacinadas;

– Os cachorros devem estar de coleira e guia e os gatos em caixas de transporte apropriadas;

– Só serão vacinados os bichos que estiverem sob a tutela de maiores de 18 anos, que serão inteiramente responsáveis pela contenção dos animais;

– Reforçando que o animal será vacinado no local. Não é permitido levar vacina para casa;

– Para quantitativos acima de vinte animais, a solicitação para vacinação deve ser registrada na Central 1746. Os responsáveis devem informar nome e telefone para contato, a quantidade e o endereço. A equipe do Centro de Controle de Zoonoses entrará em contato para fazer o agendamento para esses grupos;

– Até 36 horas após a aplicação da vacina, é possível que os animais tenham sintomas como dores no local, febre e que fiquem com o comportamento mais quieto;

– Os tutores devem usar obrigatoriamente a máscara, respeitar o distanciamento social.

Além da vacinação tem castração

A castração de cães e gatos também é oferecida gratuitamente pela Secretaria de Municipal de Saúde, de segunda a sábado, das 8h às 17h – sendo o sábado exclusivo para até 150 cirurgias voltadas aos felinos. O serviço, que retornou no dia 12 de agosto,  está sendo feito  pelos e-mails [email protected] e [email protected], para até três castrações por CPF. As solicitações de agendamento serão avaliadas e respondidas caso a caso. 

Após autorização, os procedimentos da castração gratuita ocorrerão em um dos endereços das unidades veterinárias da Vigilância Sanitária:

– Centro de Controle de Controle de Zoonoses Paulo Dacorso Filho (CCZ): Largo do Bodegão, 150 – Santa Cruz

– Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (IJV): Avenida Bartolomeu de Gusmão, 1.120 – Mangueira

Também existe a Unidade de Saúde Médica Veterinária, da Subsecretaria de Bem-Estar Animal, na pista de subida da Avenida Brasil, altura da passarela 9. De acordo com a pasta, o atendimento clínico geral e de castrações ocorre de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.  

Além de cães e gatos, pássaros em casa

Na Maré, além de caninos e felinos, são muitos os criadores de pássaros, que se reúnem para disputa de cantos das aves e vendas dos animais. As assessorias de comunicação social da Subsecretaria de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses e da Vigilância Sanitária Rio informam que em relação aos pássaros em casa, são permitidas as espécies domésticas e não silvestres. Para ter aves nativas em casa a pessoa tem que ter autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Possuir animal silvestre sem autorização do IBAMA é crime ambiental, passível de multa e apreensão do animal.

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