Coletivo faz vaquinha para ampliar produção de dados sobre Jacarezinho durante a pandemia

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Iniciativa tem como objetivo trabalho em cinco eixos de pesquisa sobre vida na região

Por Edu Carvalho, em 07/12/2021 às 9h. Editado por Tamyres Matos

Criado para ser um laboratório propositivo de ideias e ações para o Jacarezinho, com o olhar atento e interno de moradores locais, a iniciativa LabJaca vem ganhando cada vez mais espaço na disputa de narrativas de novas histórias e possibilidades através de dados. Dando continuidade ao processo de um estudo aprofundado sobre a região, feito em 2020, primeiro ano da ação (durante a pandemia), os integrantes agora querem ampliar a lupa sobre as questões que tocam o dia a dia dos moradores. Para que o trabalho saia do papel, eles abriram uma vaquinha online nos últimos dias.

A proposta dessa vez é fazer uma ‘’amostragem que seja representativa da favela do Jacarezinho, ou seja, um estudo que, partindo de um grupo menor, seja capaz de falar da população desse território como um todo’’. A ação se estabelece em cinco dimensões da vida da população do Jacarezinho: 1) saúde física e mental; 2) renda, trabalho e comércio; 3) educação; 4) hábitos de consumo; 5) lazer e uso de tecnologias. Cabe lembrar que até 2010, o Jacarezinho tinha o 6º pior Índice de Desenvolvimento Humanos (IDH) da cidade. 

Para Pedro Paulo dos Santos, um dos organizadores do LabJaca, a realização do projeto é importante para ser espelho à outras favelas e questões que permeiam este cotidiano. 

‘’O Jacarezinho é essa favela que é a mais negra do Rio de Janeiro, que passou pela chacina esse ano e que tem ainda uma epidemia de tuberculose. É um local bastante marginalizado, precarizado pelo Estado e pela sociedade em geral. Nossa pesquisa tem como objetivo fazer uma análise representativa, indo de domicílio a domicílio, produzir dados novos que sejam condizentes com a realidade. É também fazer uma metodologia que possa ser utilizada por outras instituições e favelas’’, comenta. 

O projeto tem como parceiros a Benfeitoria e o Fundo Enfrente, numa modalidade de Financiamento Coletivo chamado Matchfunding, que vai triplicar os valores arrecadados. A meta até o próximo dia 15 de dezembro é no valor de R$ 90 mil. Aqueles que doarem poderão receber ‘’recompensas’’, como uma flash tatoo com o tatuador @locetattoo; ecobags; a famosa camisa, exclusiva a cada ano de campanha; um guia digital de comunicação em dados e um minicurso sobre os panteras negras.

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