Direitos e trajetórias de mulheres é pauta de evento na Casa das Mulheres da Maré

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Na programação: lançamento de exposição sobre mulheres do Tijolinho, lançamento de canal de atendimento online, pautas da visibilidade trans e mesas de conversa

Por Jéssica Pires, em 19/03/2022 às 08h. Editado por Edu Carvalho

A Casa das Mulheres da Maré, espaço da Redes da Maré que fomenta o protagonismo das mulheres da região, promoveu ontem (18/3), um evento de lançamento de um novo canal de comunicação para mulheres da Maré. O “Maréas” faz parte da frente de direitos sexuais e reprodutivos da casa e irá acolher, informar e orientar moradoras que tenham dúvidas ou precisem de apoio neste campo e outros, pelo WhatsApp (21) 999246462.

“Esse evento foi pensado há meses pela Casa das Mulheres da Maré junto com a ONG Anis, com o intuito de divulgar e celebrar o lançamento desse espaço online e seguro para que mulheres mareenses possam levar suas demandas e também conta com uma programação pensada a dedo com a presença de mulheres que pautam a vida das mulheres em diversos campos”, comenta Andreza Dionísio, mobilizadora da Casa.

O evento contou com uma programação especial em homenagem ao mês das mulheres. A casa lançou um curso de manicure para jovens de 14 a 18 anos, que terá inscrições abertas de 21 à 31 de março, pelas redes sociais e site da Redes da Maré, intervenção artística com grafite com Amora, entrevista e bate papo sobre Visibilidade Trans, empreendedorismo com Brechó Jeans Ancestral e Brigadeiria da My, Roda de Samba com “Pra Elas” e a Exposição: 8 Mulheres, 8 de Março – Mulheres do Tijolinho.

Representatividade feminina ganha ainda mais espaço

A exposição Mulheres do Tijolinho, com a série 8 de março e 8 mulheres nasceu do olhar sensível da artista e moradora da Maré, Kamila Camillo. Em sua terceira edição, a exposição apresentou um estudo antropológico de mulheres da região conhecida como “Tijolinho”, localizada na Favela Nova Holanda, no Conjunto de Favelas da Maré. O centro desta narrativa está em “como essas 8 mulheres desejam ser vistas pelo mundo”.”Mulheres do Tijolinho vem em lugar de dizer que a mulher tem sim autonomia, tem sim direito de escolha de ir e vir, tem sim direito de escolher como quer se mostrar para o mundo e não tem ninguém que vá dizer algo para ela que não seja aquilo que é desejo dela”, comenta Kamila Camillo, artista autora da exposição.

Diversidade é ponto de discussão

“Ser quem somos nos faz vítima, nos faz alvo”, sintetizou Lúcia Xavier, ativista dos direitos humanos das mulheres negras e coordenadora da ONG Criola, em entrevista com Gilmara Cunha, diretora geral do Grupo Conexão G. Gilmara contextualizou um pouco dos desafios e lutas, assim como possibilidades de políticas efetivas para a população LGBTQI de favela. “Quando passarmos a ser naturais entre vocês a visibilidade trans terá feito sentido”, chamou atenção Indianara Siqueira presidente do grupo Transrevolução e da Rebraca LGBTIAPNB+No no bate-papo sobre visibilidade trans que teve também Jaqueline de Jesus, professora de psicologia da IFRJ, Maria Eduarda, advogada, presidente do Grupo pela Vidda RJ e Conselheira LGBT do Estado do Rio, Lohana Karla, manicure e coordenadora do Instituto Trans da Maré, Bárbara Sheldon e mediação de Quitta Pinheiro. Também foi promovido um desfile com mulheres travestis no evento.

O evento reuniu cerca de 100 pessoas em frente à Casa das Mulheres da Maré, na Rua da Paz, no Parque União e foi disponibilizado testes rápidos para Covid19 e HIV.

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