Operação da Polícia Civil do RJ tem helicóptero sendo utilizado como plataforma de tiro e dando voos rasantes
Uma das normas estabelecidas pela ADPF das Favelas, ou ADPF 635, acatada pelo Supremo Tribunal Federal, ressalta sobre o uso do helicóptero blindado como plataforma de tiro, proibindo essa prática nas operações policiais do RJ. O distanciamento do perímetro das unidades escolares e a presença de ambulâncias para socorro a vítimas também são pedidos da ADPF. Todas essas determinações, que poderiam parecer óbvias para a execução de operações policiais em outras partes da cidade, são descumpridas com recorrência nas operações policiais que acontecem na Maré e nesta quinta-feira, dia 2 de março, isso foi vivenciado mais uma vez pelos moradores das favelas da Maré.
A operação policial, que segue em curso na Maré, foi iniciada por volta das 10h, na região que vai da Baixa do Sapateiro até a favela Salsa e Merengue. A operação foi iniciada com intensa troca de tiros e voos rasantes do helicóptero que sobrevoa a região e dispara em partes do território. Há relatos de pessoas mortas e feridas.
Recebemos informações de invasão de casas no Morro do Timbau. Professores de cerca de 20 unidades escolares das favelas lidam com o terror da ação e também tentam manter as crianças em proteção, que seguem dentro das unidades escolares. Atenção aos pais para que não busquem seus filhos na escola, a recomendação é que aguardem com segurança. Moradores que buscavam atendimento na Clínica da Família do Pinheiro também procuraram abrigo dentro da unidade de saúde. Outras 3 unidades de saúde também tem atendimento impactado pela ação.
A Operação policial é da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. Solicitamos informações à assessoria de imprensa e não obtivemos retorno até o fechamento desta nota. O Maré de Direitos, projeto da Redes da Maré que acolhe denúncias de violências e violações de direitos na Maré, está organizando um plantão de atendimento.