Com 32 seleções participantes e sediada em dois países, a copa do mundo feminina ganha notoriedade ao redor do mundo
Estamos vivenciando um marco histórico no mundo desportivo: a maior copa do mundo feminina de futebol de todos os tempos. Desde a sua primeira edição oficial realizada pela FIFA em 1991 na China, as participações aumentaram em 166%. A primeira Copa contou com 12 países, já em 2023 são 32 seleções disputando o título da competição sediada, pela primeira vez, por dois países: Nova Zelândia e Noruega.
A categoria, assim como outras lideradas por mulheres, vem lutando pela igualdade de salário, patrocínio e visibilidade. Os esforços sociais e políticos empregados para que as mulheres não atuassem no futebol geraram duras consequências. Em 1941, o então Presidente da República, Getúlio Vargas assinou um decreto que proibia a prática do futebol por mulheres, sendo revogado apenas em 1979.
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Apesar dos preconceitos e da falta de investimentos, a seleção feminina do Brasil participou de todas as edições. Em 1999, as meninas não tinham uniforme próprio, precisando jogar com uniformes restantes do time masculino e neste mesmo ano, conquistaram o terceiro lugar na competição. Já em 2007 a seleção feminina ficou em segundo lugar, perdendo para Alemanha. Embora tenham sido impedidas de jogar por 40 anos, grandes recordes e marcas do futebol feminino pertencem às brasileiras, sendo boa parte destes conquistados por Marta. Considerada Rainha do Futebol, Marta possui seis bolas de ouro (2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2018) e duas medalhas de ouro em Pan-Americanos (2003 e 2007).
A transmissão da Copa também tem um feito inédito. Além de ser transmitida pela TV Globo e pela CazéTV no Youtube, a estreia da seleção brasileira na última segunda-feira (24), contra o Panamá, teve recorde de audiência nos dois canais. Segundo dados divulgados pela emissora de televisão, as meninas do futebol tiveram a maior audiência do horário (8h às 10h) desde agosto de 2008. No Youtube, o canal Cazé TV bateu o recorde mundial da plataforma e registrou 1 milhão de aparelhos conectados simultaneamente para assistir a estreia da seleção feminina.
E o público foi à loucura com a goleada das nossas meninas sobre as panamenhas por 4 gols a 0. Seguindo o caminho dos marcos históricos, Ary Borges, meio-campista da seleção brasileira, fez o primeiro hat-trick de um estreante em Copas, entre homens e mulheres. Para Karine Serra, coordenadora técnica do time de futebol feminino da Maré, o MariEllas, essa copa tem um significado maior: “Em nosso time tem muitas ex-atletas que não conseguiram permanecer no futebol por falta de investimentos e de salário. Elas tiveram que migrar para o mercado de trabalho formal e desistir desse sonho, então é muito lindo ver que as pessoas estão vivendo de futebol, do seu sonho e talento. Fico muito feliz pelo crescimento e pela repercussão que o futebol feminino vem tomando”, conta.
Próximos jogos:
Brasil X França – Dia 29 de julho às 7h (horário de Brasília)
Brasil X Jamaica – Dia 02 de agosto às 7h (horário de Brasília)
Acompanhe e torça pela seleção brasileira assistindo pela TV Globo, SporTV, GloboPlay e CazéTV no Youtube.