‘Nevou!’ A prática de descolorir o cabelo acontece o ano todo, mas é no verão que faz mais sucesso
Quem disse que no Rio não tem neve? Pois ‘nevou’! A moda que faz a cabeça dos crias é tradição no final de ano. Nos últimos dias, os barbeiros da Maré alertam quem faz o corte para não pigmentar o cabelo de preto. Essa é uma das recomendações para passar a virada de ano no estilo.
Na Via C4 da Vila do Pinheiro, a barbearia Piratas do Corte promete que o cliente “entra feio e sai bonito”. O barbeiro Alysson Silva, 18 anos, conta que apesar de aumentar a procura pelo ‘nevou’ nesse período, durante o ano inteiro tem gente que mantém o cabelo branco. “Bastante gente vem procurando, alguns já são clientes e outros passam acham a barbearia e fazem. São mais de vinte pessoas num dia”, conta. Alisson também explica que algumas vezes é preciso passar três camadas de descolorante para deixar o cabelo no tom platinado.
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Um desses clientes que faz o nevou quando ‘dá na telha’ é Pablo Oliveira, de 22 anos. “Essa já é a sexta vez que tô fazendo com ele, eu falo ‘pô Alisson, quero fazer o nevou’. Eu gosto porque virou um estilo meu, sabe?”, conta.
Alisson recomenda que antes de fazer o procedimento é importante estar com o cabelo “sujo”. Dessa forma evita que manche a descoloração, chegando ao resultado desejado. Mas é importante ter alguns cuidados antes de fazer a aplicação. Como testar o produto em uma pequena área para não correr riscos de alergias ou reações indesejadas, não aplicar o produto caso tenha lesões na pele para não provocar ferimentos, e usar produtos neutralizadores e matizadores para garantir que o ‘nevou’ fique de respeito.
Mas além do nevou, outros cortes também fazem parte da estética de cria. O corte do jaca, americano, reflexo e militar sempre são pedidos pela clientela. “Eu vim pensando em fazer o nevou mas desisti, às vezes eu faço o reflexo mas pra mim, botar só a tinta preta já faz mais o meu estilo”, conta Jonas Fabrício, de 23 anos.
No fim de ano, a tabela de preço tem reajuste, o ‘nevou’ custa R$85. Mas os clientes são fiéis ao barbeiro. Alisson acrescenta: “a gente ainda dá aquela moral na sobrancelha e na barba”. A estética de cria fazendo a cabeça da rapaziada mareense.