Agremiação da Praia de Ramos fica com a quinta colocação em 2023

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Carnaval da Nova Intendente tem disputa paralela entre as ligas, tendo Gato de Bonsucesso e Siri de Ramos em lados opostos

Por Hélio Euclides

Gato e Siri não brigam. Além de serem animais de ambientes diferentes, no carnaval as duas escolas estão em divisões e ligas diferentes. Há três dias saiu o resultado da Série Bronze, considerada a quarta divisão, e na noite de quinta-feira (02) foi a vez do Grupo B. Assim, encerrou-se o Carnaval 2023 na cidade, com a apuração das agremiações filiadas a Liga Independente Verdadeira Raízes das Escolas de Samba (Livres). O Siri de Ramos teve problemas no desfile e ficou com a quinta colocação. 

O Grupo B é disputado entre oito escolas. A Vizinha Faladeira conquistou o título do Grupo B do Carnaval do Rio de Janeiro, com 269,5 pontos, seguido da Tradição, com 269,1 e em terceiro lugar a Novo Império, com 268,8, ambas receberam troféus. Nessa disputa nenhuma escola é rebaixada. “O meu sentimento é o melhor possível, de vencer um campeonato após dificuldades com a pandemia. Na minha gestão somos tricampeões. Agora é lutar para ter uma seção na Série Ouro, com articulação e apoio da comunidade, que é uma potência”, comenta Davi dos Santos, presidente da Vizinha Faladeira. 

O Siri de Ramos alcançou 266,5 pontos, ficando com a quinta posição. A agremiação apesar de receber a subvenção, verba de ajuda vindo da Prefeitura, não conseguiu realizar um desfile exemplar, conta Edivaldo Pereira, conhecido como Vadão, presidente de honra da Escola de Samba Siri de Ramos e diretor de carnaval da Livres. “O desfile foi bom, com apoio dos componentes. Contudo, tivemos muitos problemas com as fantasias. O atelier deixou tudo para cima da hora, então ficou faltando mais de 60 roupas. Fomos prejudicados no quesito fantasia, pois teve componente que não tinha os chapéus, por falha na entrega das partes. Por esse motivo não brigamos pelo título”, conta. 

Além de Vadão e seus dois netos, Gabriel Ângelo e Geovana Andrade, os outros representantes que tiveram na apuração foram o filho Edivaldo Pereira, diretor de carnaval, e a esposa Maria de Fátima, presidente da agremiação. 

Uma briga que já dura quatro anos

Em 2019, nascia a Livres, com a justificativa de insatisfação com a gestão da Liga Independente das Escolas de Samba do Brasil (Liesb), hoje Superliga Carnavalesca do Brasil. “Com essa briga este ano várias escolas vão se filiar a Livres, pois aqui recebemos a subvenção direitinho. Em 2024, estaremos mais fortes, com mais co-irmãs para somar. Desejamos que a vencedora tenha uma vaga na Sapucaí, na Série Ouro. A Riotur tem que resolver esse impasse, queremos uma solução”, afirma Vadão. 

Em 2018, os desfiles na Intendente Magalhães foram divididos em Grupo B, C, D e E. A Liesb no ano seguinte realizou a fusão do Grupos B e C, fundando o Grupo Especial da Intendente, atual Série Prata. O Grupo D foi batizado de Grupo de Acesso da Intendente, atual Série Bronze. Já o Grupo E foi definido como Grupo de Avaliação. A Livres manteve a antiga denominação de Grupo B. Em 2020, a Tradição venceu o Grupo B da Livres e deveria ser elevada a Série Ouro, desfilando no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, algo que não aconteceu, e como protesto não participou do Carnaval de 2022. O mesmo problema aconteceu com a vencedora de 2022, a Acadêmico do Engenho da Rainha, que também não subiu e este ano voltou para a Superliga.

Outra reclamação da Livres é o inchaço no carnaval da “Nova Intendente”. Hoje a quarta divisão do Carnaval, a Série Bronze conta com 22 escolas. Em pior situação se encontra a terceira divisão, a Série Prata, com 32 agremiações. “Estamos fazendo a nossa parte, com um trabalho sério. A Livres é diferente, pois tem presidente com organização. Acredito que é normal ter duas ligas, pois é igual na política, há divergências. Estamos vendo várias agremiações insatisfeitas, que vão se filiar a nossa liga, o que vai somar forças. Queremos ir para a Série Ouro, tendo uma vaga na Sapucaí”, explica Hélio José, mais conhecido como Juninho, vice-presidente da Livres. 

Quem gerencia o carnaval carioca é a Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), que aceita que tanto a Liesb quanto a Livres compartilhem os desfiles carnavalescos da Avenida Ernani Cardoso. Que todas as filiadas, de ambas as ligas, desfilem em dias diferentes. Os foliões esperam que em 2024 ocorra uma solução para essa confusão no Carnaval do Povão. 

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