Banheiros sem gênero: Desafios e avanços para pessoas trans em espaços comuns

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Podem as pessoas transexuais usarem o banheiro que se sentem confortáveis?

Gabriel Horsth

O episódio recente que expôs a violência transfóbica vivenciada por um casal residente na Maré, evidenciou uma triste realidade em um restaurante no Parque União, onde o preconceito foi servido gratuitamente. Esse acontecimento angustiante destaca a urgência de discutir o uso dos banheiros por pessoas trans. 

Afinal, surge a pergunta: podem as pessoas transexuais utilizarem o banheiro com o qual se identificam? A resposta é um claro sim! Mesmo com o julgamento aberto no Supremo Tribunal Federal, é crucial lembrar que artigos da Constituição Brasileira garantem o direito à igualdade de forma digna para todas as pessoas.

No entanto, é necessário abordar não apenas a violência enfrentada, mas também a importância de promover discussões e compreensão sobre o respeito aos direitos fundamentais das pessoas trans.

Existe uma parcela que acredita ser fundamental considerar a implementação de banheiros inclusivos. Elas avaliam que a adoção de banheiros sem designação de gênero não apenas cria um ambiente mais acolhedor para pessoas com diferentes identidades, mas também reflete uma prática que já existe em diversos contextos do nosso cotidiano.

Em casas, durante eventos ao ar livre, em festas particulares, e até mesmo em banheiros químicos, a sociedade já experimenta espaços onde não há uma separação rígida entre os gêneros. Alguns bares e restaurantes oferecem banheiros com fila única, lavatórios e espelhos em ambientes iluminados e públicos, proporcionando uma experiência de uso coletivo. 

Constragimento cisgênero

Alguns argumentam que a segregação por gênero é essencial para proteger mulheres de situações desconfortáveis. No entanto, o recurso apresentado no STF esclarece que o constrangimento que uma mulher poderia experimentar ao compartilhar o banheiro com outra mulher é bastante limitado, especialmente considerando que as situações mais íntimas ocorrem em cabines privadas de acesso exclusivo para uma pessoa.

Respeito em primeiro lugar

Ao entrar em espaços públicos, como shoppings, restaurantes e instituições, muitas pessoas mal percebem a simplicidade de utilizar os banheiros. No entanto, para pessoas trans, essa ação rotineira pode se transformar em um ato de coragem e enfrentamento, marcado por estigmas e desafios. 

Nesse sentido, é importante criar e incentivar ambientes mais acolhedores. Afinal, o acesso digno aos banheiros é um direito fundamental que reflete não apenas a inclusão, mas também a aceitação plena da diversidade em nossa sociedade. O Maré de Notícias já deu Dicas de bares que celebram a diversidade aqui na Maré, confira a matéria de Lucas Feitoza.

Formação urgente

Destacamos também a importância de abordar questões de gênero e orientação sexual de maneira sensível, respeitando a diversidade da clientela e reforçando a relevância de uma formação contínua para promover a igualdade em todos os espaços públicos. Confira nossa matéria Respeito gera lucro: a necessidade de capacitação LGBTQI na Maré.

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