Home Blog Page 488

Casa das Mulheres recebe curso de Capacitação Profissional em Cabelos Naturais

0

Por: Camille Ramos

Doze moradoras da Maré estão recebendo capacitação profissional na Casa das Mulheres para atuar no mercado de cabelos naturais. O curso está na sua terceira semana e é uma iniciativa de Renata Varella e Andressa Abreu, criadoras do Clube das Pretas, que presta consultoria especializada em cabelos crespos e cacheados naturais. Ao todo, serão oferecidas 200 horas de aula sobre corte, penteado e auxílio na transição capilar.
O projeto é uma criação piloto que tem por objetivo inserir mulheres em situação de vulnerabilidade social no mercado de trabalho, direcionando-as para a área de cabelos naturais, que conta com uma demanda crescente e poucos profissionais preparados. “Trabalhamos uma forma específica para cuidar do cabelo de mulheres negras, então montamos o curso pensando em falar também sobre desenvolvimento pessoal, cidadania, trato com a mulher, como entrar no campo do outro, como estar preparada para tocar na cabeça do outro. É um conteúdo bem completo. E elas estão no caminho da desconstrução, encantadas com a possibilidade de ver os resultados que conseguimos atingir de forma natural. É importante repassar esse conhecimento e mostrar que a mulher negra merece um atendimento digno”, conta Renata Varella.  
As aulas acontecem todos os dias e o conteúdo foi pensado e estudado pelo Clube das Pretas. A ideia é que o curso circule por mais favelas do Rio. Para viabilizar o material, que é todo oferecido por Renata e Andressa, foi criada uma vaquinha online disponibilizada no link abaixo. Contribua! bit.ly/doeclubedaspretas

Fotos: Camille Ramos


Tiros vindo do alto transformam em alvo moradores

Policiais são acusados de atirar a esmo de torre, resultando em mortes e medo

Por: Hélio Euclides

Moradores de Manguinhos denunciam ao Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública, a atuação de atiradores de elite, na torre que fica dentro da Cidade da Polícia, no complexo da Polícia Civil, a cerca de 250 metros da Praça do Flamenguinho. A acusação é de tiros desferidos a esmo, com dois mortos só no mês de janeiro, na esquina da Rua São Daniel em circunstâncias parecidas. Em dias calmos, sem tiroteio nem operações policiais.

O Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP/MPRJ), em conjunto com a 23ª Promotoria de Investigação Pena (PIP/MPRJ), instaurou procedimento investigatório criminal para buscar de maneira independente as circunstâncias da morte de Rômulo Oliveira da Silva. No mesmo sentido, foi regularmente instaurado inquérito policial na Delegacia de Homicídios da Capital; inquérito este que está sendo acompanhado pelo Ministério Público Estadual. Todas as diligências técnicas indispensáveis, bem como a obtida de todas as testemunhas, tem sido realizadas de forma coordenada entre o MPRJ e a Polícia Civil.

Os mortos foram Rômulo Oliveira da Silva, de 37 anos, e Carlos Eduardo dos Santos Lontra, de 27 anos. Relatos obtidos pela Defensoria Pública apontam para outras três execuções ocorridas no mesmo local no fim do ano passado. Um sobrevivente, de 22 anos, que prefere não identificar, foi atingido por disparos ao passar de moto pelo mesmo local.

Primeira mulher negra a presidir a Comissão de Direitos Humanos da Alerj é mareense

0

Renata foi uma das 10 deputadas mais votadas no Rio, com 63.937 votos e era chefe de gabinete da vereadora Marielle Franco

Por: Camille Ramos

A deputada Estadual Renata souza, nascida e criada na Nova Holanda, uma das 16 favelas do Complexo da Maré, assume hoje o posto de Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Eleita por unanimidade, Renata inaugura o posto como primeira mulher negra a presidir a Comissão, que há cerca de 20 anos atende vítimas de violações de Direitos Humanos. Além de atendimento a vítimas, a Comissão analisa e discute propostas dos deputado e políticas públicas.
“Por dez anos, trabalhei nesta comissão ao lado da minha amiga e vereadora Marielle Franco. Assumir a presidência hoje é ter a certeza de que nosso trabalho, construído na última década junto com o deputado Marcelo Freixo, terá continuidade. Quando uma mulher negra ocupa um lugar que socialmente foi negado para nós, ela representa todas as mulheres. Mães que perderam seus filhos para a violência do estado, esposas que perderam seus maridos em serviço, mães que não conseguem matricular seus filhos na escola por não ter vaga e tantas outras mulheres negras que batalham diariamente para sobreviver”, diz a deputada Renata Souza em matéria do Jornal O Dia.

Ex alunos da ELDM fazem audição para renomada escola belga

0


Para realizarem o teste, jovens estão promovendo ‘vaquinha online’


Por: Camille Ramos

Dois moradores da Maré desembarcam em Bruxelas em abril para audição na escola P.A.R.T.S. Reconhecida mundialmente como referência no ensino de dança contemporânea, a escola faz pré-seleção em vários países e convida os bailarinos aprovados para audição final já na Bélgica. Entre os bailarinos aprovados, estão dois moradores da Nova Holanda que se formaram no Núcleo 2 da Escola Livre de Dança da Maré: Luyd Carvalho, 21, e Marllon Araújo, 22.  

Não é a primeira vez que a escola belga recebe mareenses. Há três anos eles foram aprovados nas audições aqui do Rio e disputaram a final em Bruxelas. “Eu nem acreditava que conseguiria passar na audição. Chegar a Bruxelas foi uma conquista imensa para mim. Infelizmente não deu pra gente, mas voltaremos este ano muito mais experientes e seguros”, conta Luyd. O ano de 2016 não trouxe a aprovação na escola, mas os anos seguintes proporcionaram inúmeras experiências para os meninos. “Em parte, foi bom a gente não ter ficado lá porque esse tempo aqui foi muito agitado e proveitoso. Nos formamos no Núcleo 2 e tocamos vários projetos. A gente cresceu muito e aprendeu demais. Tivemos um aproveitamento imenso e agora vamos pra P.A.R.T.S. com outra postura”, analisa Marllon.

Apesar de ter apoio dos professores do CAM, a iniciativa é de Lyud e Marllon que já garantiram as passagens doadas pela Lia Rodrigues Companhia de Dança. Agora, o desafio é juntar uma grana pra se manter em outro país. A audição final ocorre em Bruxelas entre 9 de abril e 14 de abril. Eles, então, criaram uma vaquinha online com o objetivo de arrecadar o dinheiro para despesas durante a estadia  Bélgica. Para colaborar com os meninos, é só acessar o link abaixo o doar.

http://vaka.me/467408

Redes da Maré lança 3º Boletim pelo Direito à Segurança Pública na Maré

No lançamento, pesquisadores da Redes e de outras instituições e representantes do bairro comentaram os dados e a importância do estudo

Em 22/02/2019 – Por Eliane Salles

Os dados foram coletados de janeiro a dezembro de 2018 e tiveram como base pesquisas realizadas por profissionais da Redes, que fazem cobertura dos confrontos e acompanham os desdobramentos dos casos registrados; relatos de moradores, que procuram o serviço de orientação sociojurídica da Redes para denunciar violações de direitos; informações publicadas na imprensa; e por notícias veiculadas pelas assessorias de comunicação das polícias Militar e Civil e das Secretarias Municipais de Saúde e de Educação do Rio de Janeiro.

Com o objetivo principal de chamar a atenção para o quadro de violações dos direitos fundamentais dos 140 mil moradores da Maré (o que se dá em consequência tanto da ação das forças policiais quanto da de grupos civis armados), a Redes da Maré lançou nessa quinta, 21, o 3º Boletim pelo Direito à Segurança Pública da Maré (ano de referência 2018). “O boletim disponibiliza dados e análises sobre o quadro da segurança na Maré e quer ser um instrumento para ajudar a repensar a atual política de Segurança Pública”, explicou Lidiane Malanquini, coordenadora do Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça, responsável pelo estudo.

Execuções Um dos momentos mais impactantes do evento foi a exibição de um vídeo produzido pelo MediaLab.UFRJ a partir de dados e relatos coletados pelo Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça na operação policial realizada na Maré em 20 de junho, na qual morreram cinco jovens (que supostamente teriam sido executados) e o estudante Marcus Vinicius de Silva.

O lançamento contou com uma roda de conversas, da qual participaram, além de Lidiane Malanquini, a pesquisadora Silvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESec); Pedro Daniel Strozenberg, pesquisador e ouvidor-geral da Defensoria do Rio de Janeiro; e Rayanne Soares, moradora da Maré e integrante do Fórum Basta de ViolênciaOutra Maré é Possível. A conversa foi mediada pela pesquisadora da Redes da Maré e responsável pelo projeto do qual derivou o boletim, Taís de Jesus. Veja como foi a conversa e também a participação dos moradores no debate: