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Maré de Notícias abre edital para bolsista

Por Aline Fornel

As inscrições para o processo seletivo ocorrem até o dia 19 de Janeiro e podem ser realizadas através do link disponível nesta matéria

Através da Associação Redes de Desenvolvimento da Maré, e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) o jornal comunitário Maré de Notícias abre edital de seleção de bolsistas para integrar a equipe de uma das principais fontes de informação da Maré.

O objetivo é escolher um bolsista para uma carga horária de 20 horas semanais, atuando de forma híbrida durante um contrato de seis meses. Esta iniciativa visa fortalecer a equipe do Maré de Notícias e proporcionar uma oportunidade para estudantes dos cursos de Jornalismo, Produção Editorial e Letras.

Para participar da seleção, é necessário estar cursando, no mínimo, o 3º período dos cursos mencionados, apresentando uma declaração de matrícula recente. Além disso, é essencial que o candidato possua habilidades comprovadas em escrita e elaboração de textos jornalísticos, com conhecimentos desejáveis em WordPress, práticas de SEO e preferencialmente residência na Maré ou em bairros/favelas vizinhas.

O Jornal Maré de Notícias enfatiza o incentivo à candidatura de mulheres, pessoas negras, moradores de favelas e pessoas LGBTQIAPN+, reforçando o compromisso com a diversidade e inclusão.

O bolsista selecionado desempenhará um papel fundamental no suporte à produção de pautas, colaborando com os jornalistas do jornal impresso e online. Além disso, contribuirá na produção de conteúdo para as redes sociais e na elaboração de notas e matérias.

Equipe do Maré de Notícias realizando distribuição do jornal impresso pelas ruas da Maré . Fotografia: Douglas Lopes

Etapas de Seleção:

As inscrições para o processo seletivo estão abertas até 19 de Janeiro e podem ser realizadas preenchendo o formulário disponível neste link. Posteriormente, haverá a seleção dos inscritos e entrevistas online agendadas entre os dias 22 a 24 de Janeiro. Os resultados serão divulgados no dia 25/01 e as atividades terão início em 1 de Fevereiro.

Benefícios:

O bolsista selecionado receberá uma bolsa de extensão no valor de R$700,00 (setecentos reais), com pagamento realizado pela Superintendência Geral de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Para mais informações, acesse o edital completo.

Descolonizar o pensamento: lições de Nego Bispo e o futuro da Maré

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Após primeira etapa com obra de Nego Bispo, clube de leitura da Casa Preta da Maré, inicia no dia 11 o próximo ciclo com “Pele Negra, Máscaras Brancas”, de Frantz Fanon

A terra, as matas, os rios. Tudo isso foi usurpado, dominado e destruído no incansável processo de colonização capitalista. “A terra dá, a terra quer”, de Nego Bispo, é um convite a repensarmos o modo em que vivemos e nos reproduzimos socialmente. Fomos acostumados, e também condicionados, a acreditar que só existe uma maneira de Ser e Estar no mundo, na mesma medida em que outros modos de viver são criminalizados.

O mundo branco, eurocêntrico, genocida por natureza — e muito conhecido enquanto burguesia — nos vende essa história: a de que seremos felizes, satisfeitos e saudáveis se vivermos segundo sua cosmovisão, e roubam completamente toda possibilidade de desenvolvimento de outras identidades coletivas e comunitárias. Nesse sentido, a obra de Nego Bispo se apresenta de forma revolucionária, ao levantar um contraponto à lógica de dominação, exclusão e de epistemicídio, que é fabricada pela política neoliberal. Só o fato de instigar seu leitor a refletir sobre uma alternativa contra-hegemônica de experimentação da realidade, para além das opressões cotidianas, Antonio Nego Bispo realiza um puro ato de rebeldia.

O Clube de Leitura da Casa Preta da Maré, leu o livro “A terra dar, a terra quer”, de Antonio Nego Bispo. Todos os participantes receberam um kit com exemplar do livro onde a metodologia foi de realizar uma leitura coletiva, em voz alta, alternada e com pausas para debaterem os temas abordados, que eram provocados ao longo do capítulo lido no dia. 

Esse processo, potencializou o debate e aos poucos foi despertando nos participantes a reconhecerem em suas vivências as experiências de coletividade quilombola — as que o Nego Bispo apresenta em contradição ao capital como centralidade das relações humanas, e da mutação da nossa vida em mercadoria. A proposta do clube de leitura da Casa Preta foi mais além: junto à leitura, pensamos o presente, o futuro e o passado do conjunto de favelas da Maré e sobre como as realidades mudam sem ao menos nos darmos conta das influências, dos direcionamentos e do porquê de certas práticas se transformarem com o passar da história.

As reflexões, histórias e ensinamentos do livro tocam e evocam uma memória da favela muito específica, e nos fez repensar nossa própria forma de estar em coletivo aqui dentro da Maré. 

Não é de hoje que observamos uma tentativa de fragmentar ainda mais o território e de abraçarmos uma história individualista e meritocrática de sucesso artificial nos territórios, mas Nego Bispo, nesse livro, nos oferece a arma para combatermos essa lógica traiçoeira. Nossa saída será o coletivo e nossas bombas podem ser a terra, ao reconhecermos todo o poder que temos um no outro, veremos a revolução acontecer no tempo certo.

As abordagens filosóficas do autor são descritas de forma a inquietar o leitor para uma reflexão fluída, orgânica e crítica. E, a partir dessa narrativa persuasiva, Bispo nos chama atenção para cuidarmos da terra e valorizarmos os ensinamentos aprendidos no Quilombo,  convocando-nos a nos posicionarmos de forma crítica contra o colonialismo. Ele nos sugere que devemos colocar sob questionamento algumas palavras-chaves que vão de encontro a esse sistema capitalista, despertando, assim, a práxis reflexiva e a possibilidade de repensar determinados conceitos que contribuíram para esse processo de colonização também do pensamento. Bispo também aborda o fator ancestralidade, quando pondera a relevância de re-definirmos o conceito de tempo, tratando-o de uma forma não-linear, no que diz respeito à continuidade generacional de seus antepassados. 

Contudo, ainda há sobreviventes; isolados ou cooptados, próximos ou distantes. O que está em jogo é o resgate e a defesa do pouco que restou e o empreendimento só será possível quando contra-colonizamos nossos modos de vida; diluirmos a dominação e tivermos pertencimento total sob o que foi arrebatado de nós: a Terra e a dignidade de ser plural, e biodiverso. O autor nos ensina bem sobre isso. Início. Meio. Início.
Com objetivo de continuar aprofundar obras literárias de escritores negros brasileiros e estrangeiros, o Clube de Leitura da Casa Preta da Maré inicia no próximo dia 11 de outubro um novo ciclo com a leitura do livro “Pele Negra, Máscaras Brancas” de Frantz Fanon. As reuniões acontecem presencialmente, agora serão todas as sextas-feiras, no mesmo horário, das 14h às 16h, e assim como foi com a obra do Nego Bispo, todos os participantes receberão um exemplar desse importante livro para acompanhar a leitura e contribuir nas reflexões. 

Como é ser criança na Maré?

No mês das crianças, conversamos com alunos da Biblioteca Lima Barreto, para saber o que os pequenos pensam sobre eles mesmos

Andrezza Paulo, Vitória Sabrina Soares, Lara Lucia da Silva, Nicolly Ferreira, Emily Andrade, Laura Beatriz Soares, Ana Bheatriz Macedo, Anna Beatriz Santos, Gabriel de Jesus, Enzo Arthur Freita, Francisco Guilherme de Oliveira, Valentina Barros, Isadora Vitória Antunes, Lorena Letícia e Maria Luiza de Sousa

Em outubro, celebramos o Dia das Crianças e, melhor do que falar sobre elas, é possibilitar que elas se expressem de maneira livre sobre quem são e quais são seus sonhos, medos e percepções sobre o mundo. Criança brinca, e é brincando que ela expressa o mundo que vê, cria novos mundos e sonha com outras possibilidades. A liberdade de ser criança está nos espaços de brincadeiras e aprendizados.

O Maré de Notícias reuniu 13 crianças, alunos do clubinho de leitura da Biblioteca Lima Barreto, na Nova Holanda, para que elas nos respondessem à pergunta: como é ser criança no Conjunto de Favelas da Maré? Os pequenos mostraram que estão atentos ao que acontece no mundo, na favela deles, com os amigos e com a família.

Ana Bheatriz Macedo, 12 anos, conta que para ela, ser criança na Maré tem um lado bom e ruim. “Por exemplo, a biblioteca é muito boa e fundamental pra gente, mas o lado ruim são as operações [policiais]. Por causa delas, as crianças quase não saem de casa. A minha mãe não deixa eu ir pra rua, eu ajudo ela em casa, por isso, gosto de sair para lugares diferentes”.

“Eu gosto de ser criança, porque tem a biblioteca pra eu ir brincar, tem as minhas amigas, dá pra brincar de pega-pega, tem a escola, tem a pracinha, o [projeto] Luta pela Paz, na Maré tem tudo de bom”, relata animada Lara Lúcia da Silva, 12 anos.

Para Lorena Letícia,  “não ter aula, não é legal. Não ir na rua, não poder sair pra brincar com as amigas nos dias difíceis. Mas, morar na Maré é legal porque tem várias coisas pra fazer: ir na natação, na Vila, ir na biblioteca pegar livro, ir na feira com a minha mãe…”.

Valentina Barros, 10 anos, também expõe a importância dos espaços de lazer e aprendizado para as crianças: “A Tia Claudinha [da biblioteca] é muito legal, eu amo ela. O Centro de Arte da Maré, onde eu faço teatro, também é muito divertido e tem os passeios da biblioteca também”.

O esporte ocupa um lugar no coração delas. Para Nicolly Ferreira, 9 anos, a Vila Olímpica representa muito: “Eu amo a Vila Olímpica, lá tem ginástica, capoeira e natação”, descreve. E Vitória Sabrina Soares, 7 anos, completa com entusiasmo: “Lá tem esporte olímpico!”

Presente em todas as falas, os passeios realizados pela biblioteca ou por outras instituições alimentam a imaginação e ampliam o conhecimento de mundo de cada um deles: “Ser criança na Maré é ser uma criança de pé, que todo dia tem que aguentar a luta na Maré. A biblioteca tem as tias Luciene e Claudinha e também têm os passeios. Teve uma vez que eu estava num sítio com os meus amigos da biblioteca e vi um pé de limão. Eu chamei todo mundo para pegar. Subi no pé do limão e a gente zerou a árvore. Voltamos com tudo pra casa”, conta Enzo Arthur Freita, 9 anos, sorridente.

As crianças também fizeram questão de expressar que tem personalidades diferentes e precisam ser respeitadas. Ouvimos falas como: “eu sou alegre às vezes, sou séria às vezes”, “gosto de ficar no TikTok porque perco a vergonha lá”, “Fico stalkeando as pessoas nas redes sociais, vendo como elas são”, expressando desejo de individualidade.

Tanto que Francisco Guilherme de Oliveira, de 12 anos, diz que cuidar da mente dos pequenos está no topo dos seus sonhos: “Eu quero ser um psicólogo infantil para ajudar crianças e adolescentes. Eu acho que todo mundo precisa de um. Morar na Maré é legal, mas tem problemas, tem operação que estraga os estudos, pois não conseguimos ir para a escola. Eu quero ser um psicólogo, pois também tenho problemas e queria ajudar outras crianças. Não quero que elas sofram. Tive amizades ruins, pensamentos ruins e, por isso, hoje eu quero ajudar”, explica. 

Para finalizar, Gabriel de Jesus faz questão de dizer: “Aqui na Maré tem coisas boas e também coisas ruins. Tem pessoas boas e pessoas ruins. Mas aqui tem a biblioteca, tem a praça, tem muitas coisas interessantes. Eu sou muito feliz aqui!”.

Gastronomia, música e emoção marcam a abertura do Comida de Favela na Maré

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Até 09 de novembro, toda a população da Maré e do Rio de Janeiro pode visitar os 16 estabelecimentos participantes e votar no seu prato favorito 

Na última quinta-feira (10), a Casa das Mulheres da Maré promoveu o evento de abertura do Festival Comida de Favela 2024. A ocasião contou com a apresentação de cada participante sobre a construção do seu prato, culinária ao vivo com a Chef Kátia Barbosa, criadora do famoso bolinho de feijoada e, finalizou com o show gratuito do grupo Samba Que Elas Querem.

Mariana Aleixo, coordenadora da Casa das Mulheres da Maré, reforça a importância do festival: “A gente está, com o Comida de Favela, fortalecendo esse ecossistema empreendedor na favela, que é completamente diferente de ser empreendedor de outras partes do Rio de Janeiro, como por exemplo, não ter um fornecedor que venha até o nosso estabelecimento por conta de uma operação policial. Queremos fortalecer esse ecossistema para criar uma experiência empreendedora mais segura e saudável para a Maré do futuro”, diz.

Aleixo também comenta o objetivo gastronômico: “A gente queria estimular o prato, a cultura mareense que já existe. Tornar o prato que a gente acha que é simples em um prato representante do comida de favela”, conta.

O propósito na gastronomia de favela

Katia Barbosa, chef e cria do Complexo do Alemão marcou presença preparando ao vivo o famoso Bolinho de Feijoada que ficou conhecido em todo o Brasil: “Esse Bolinho de Feijoada fala muito da comida carioca, que se organiza a partir da cultura do fazer, da ancestralidade”, conta Katia. 

A chef relembra o momento em que despertou seu propósito na gastronomia: “Quando eu comecei a minha luta pela comida brasileira, e tive a sorte de ser o boom da alta gastronomia no Brasil, eu vi chegando aqui várias influências estrangeiras como a comida italiana, comida francesa, comida espanhola e a garotada das universidades querendo fazer todas essas comidas técnicas”, conta. 

Ela complementa e fala da importância de encontrar sua própria direção no ramo: “Eu não fiz faculdade de gastronomia, só estudei até a 8ª série e nesse momento que eu vi todas essas influências chegando, eu pensei em preservar a comida e a cultura brasileira. Meu conselho é: cheguem com verdade, com história, com aquilo que você acredita, se apropria dessa verdade, estude o máximo que você puder para que ninguém tenha dúvida do que você tá falando e fazendo!” 

Impacto além do prêmio

“A Casa das Mulheres e a Redes tá dando uma oportunidade para cada um crescer, que possamos sair daqui vitoriosos, não porque alguém ganhou do outro, mas por mostrar o nosso trabalho, as coisas gostosas que a favela tem. Não temos voz pra falar, então vão nos ver pelo nosso trabalho”, diz Cristiane, proprietária da Doce Sabor, criadora da Coxinha Diferenciada.

Fernanda Telles levou o público às lágrimas ao falar de sua trajetória e da potência de sua participação:

A empreendedora também lembra uma realidade comum na favela ao falar da Torta Salgada de Sardinha Artesanal que criou: “Nunca tive uma festa de aniversário e meu sonho sempre foi ter uma torta salgada, esse prato significa muito pra mim”, diz.

Ao final, o público pôde degustar todos os quitutes dos 16 participantes ao som do grupo feminino Samba Que Elas Querem.

Participe e vote

Visite os estabelecimentos, experimente os pratos e vote no seu favorito.
A Redes da Maré também oferece roteiros guiados com monitores (moradores) e durante o trajeto, apresenta a identidade e cultura do território, a pé ou em caravanas.
Chame a galera e faça a reserva em 21 97159-7725.

Você também pode ir de forma independente. Basta escolher o estabelecimento, ir de mototáxi ou a pé e degustar os pratos.

A votação está aberta até dia 09 de novembro para escolher o melhor prato da Maré. Participe!

Rimas e poesias das crianças da Maré

A comunicação faz parte do ser humano, mas a maneira que cada um se comunica é diversa e plural. Seja na fala, na escrita jornalística ou na arte: se expressar está relacionado à nossa existência e deveria acontecer desde pequenos. 

Por acreditarmos que todos os moradores têm voz e propriedade para falar sobre suas próprias vivências na favela, o Maré de Notícias propôs às crianças do clubinho de leitura da Biblioteca Lima Barreto, na Nova Holanda, que escrevessem um texto. Elas escolheram a poesia, a escrita ritmada e com diversão, como linguagem para refletir sobre o dia a dia, sonhos e aquilo que mais gostam.

Maria Luiza de Sousa – 11 anos
Nesse barco eu vou me navegar em alto mar
Não gosto de brinquedo, mas eu gosto de brincar. 
Eu queria estar na escola, eu queria estar estudando
Mas onde eu moro a bala está voando.
Maré de infância pede paz e esperança
Se a gente não conseguir estudar
A gente vai ter que se mudar

Gabriel de Jesus – 11 anos
Eu venho para a biblioteca para brincar
Brinco até acabar ou até as tias me expulsarem. 
Prazer, eu sou o Gabriel e gosto de comer pastel.

Isadora Vitória Antunes – 10 anos
Eu gosto de celular, de estudar
E também gosto de brincar.
Quando eu crescer,
médica eu quero ser 
e da minha Maré cuidar.

Lara Lúcia da Silva – 12 anos
Eu gosto de brincar sem me atrasar,
Pique-pega ou pique-esconde eu vou arrasar.
Na rua ou na escola, o importante é brincar

Valentina Barros – 10 anos
Rosas são vermelhas, violetas são azuis
Minha mãe é uma rainha porque ela me deu a luz.
Se você não gostou, então, pode reclamar,
Ela é uma linda princesa que devo me inspirar.
Eu me chamo Valentina e ainda tenho muito a falar,
Gosto de pintar e desenhar
Sou uma garota muito sorridente e ainda sei cantar.

Francisco Guilherme de Oliveira – 12 anos
Sou jovem, gosto de ler e mexer no celular.
Sei que é difícil de crescer, mas é só aproveitar. 
Todos nós temos medos, mas pra que se preocupar?
Vamos aproveitar a infância aqui nesse lugar.

Anna Beatriz Santos – 12 anos
Eu tenho um sonho de fazer teatro 
E quem sabe aparecer na televisão,
Morando aqui na maré eu tenho toda minha inspiração.
Frequentando a biblioteca, a escola, 
a praça do Parque União e o Esperança. 
Tem clubinho de leitura, dia do brinquedo, 
passeios e muita criança.
Minha mãe me ensina muita coisa:
Tirar notas boas, ser melhor em casa,
parar de preguiça e sair do celular.
Sou uma caçula de cinco irmãos e tenho sorte de montão.

Ana Bheatriz Macedo – 12 anos
Eu gosto de dormir e comer pipoca,
De ficar com os meus amigos e o resto não me importa.

Nicolly Ferreira – 9 anos
Gosto de fazer um bilhão de coisas que nem toda criança gosta.
Só não gosto de me meter em confusão
Pra não levar a culpa não.

Vitória Sabrina Soares – 7 anos 
Eu andei de bicicleta e o cachorro mordeu minha perna.
Tava jogando bola, eu vi uma mola 
E num pulo eu tive que ir pra escola.

Enzo Arthur Freita – 9 anos
Agora, meu irmão, eu vou para o Feirão. 
Paz, amor e diversão. 
Maré é minha vida, tem muita comunicação.
Sou muito feliz, a verdade é essa.
Minha casa e a biblioteca também são minha festa.

Emilly Andrade – 12 anos
Eu gosto de muitas coisas
Mexer no Instagram e stalkear pessoas
Mas se alguém descobrir
Eu vou ter que discutir

Laura Beatriz Soares – 7 anos
Bicicleta | Rima | Com | Bia |
E | O | Gelo | Rima | Com | Gato |
E | O | Gato | Rima | Com | Gelato |
E | O | Celular | Rima | Com | Cenoura |
A | Mel | Rima | Com | Rima |

Abertura do festival Comida de Favela recebe ‘Samba que Elas Querem’ em show gratuito na Maré

A roda formada exclusivamente por mulheres musicistas encerra as atividades do projeto musical Bossa Nova e MPB in Concert, iniciado em agosto

A 3º edição do Festival Comida de Favela vai começar. A Casa das Mulheres da Maré, equipamento da Redes da Maré, recebe nesta quinta-feira (10), o show gratuito do grupo Samba que Elas Querem para a abertura oficial do festival gastronômico.

O Festival Comida de Favela é um evento gastronômico, realizado pela Redes da Maré, que fomenta a identidade, memória e cultura alimentar do conjunto de 15 favelas da Maré e o potencial econômico da gastronomia local.

De 10 de outubro a 09 de novembro 16 estabelecimentos vão apresentar seus pratos aos clientes, moradores e visitantes para concorrer ao título de melhor da Maré no Festival Comida de Favela 2024.

A tradicional roda Samba que Elas Querem

Formada exclusivamente por mulheres, o grupo começou a se reunir em pontos do centro do Rio de Janeiro, reunindo cerca de duas mil pessoas. Desde então, o grupo se apresentou em várias casas de shows da cidade e até realizou uma turnê em Portugal.

“Todos os anos, o projeto promove um show gratuito e aberto ao público, e desta vez não é diferente. Queremos que os jovens e as pessoas que moram em outras áreas da cidade, fora do eixo Central, também tenham acesso à música brasileira e de qualidade”, afirma Hildo de Assis, um dos curadores do projeto.

No repertório do grupo, além de clássicos do samba, também estão incluídos os singles autorais “Levanta, Povo!”, composta por Iara Ferreira e Yasmin Alves; “Menino Miguel”, uma composição dos integrantes do grupo e uma homenagem póstuma ao caso Miguel; e “Partido Inconsciente”, que conquistou o primeiro lugar no Festival de Música Online da Cidade das Artes.

O Samba que Elas Querem tem como objetivo de movimentar e incentivar a representação feminina dentro da música, por meio do tom de resistência que o samba e sua poesia carregam.

A bossa ganhou a MPB

Apesar de ter a bossa nova como ritmo basilar, o Bossa Nova in Concert, este ano assume a sua faceta da Música Popular Brasileira e muda definitivamente o seu nome para Bossa Nova e MPB in Concert. Como de costume, a curadoria apresenta uma diversidade de ritmos, valorizando a música brasileira nas suas mais variadas vertentes e também os novos nomes da cena.

O projeto, que em anos anteriores já recebeu baluartes como João Bosco, Moreno Veloso, Bem Gil, João Cavalcanti, entre outros, tem curadoria, direção artística e produção de Hildo de Assis e Izabel Rabello.

A diversidade que o projeto almeja também é uma estratégia para atrair novos públicos. Também por isso, há um show gratuito na programação. “Diversificar artistas faz com o que público também seja diversificado. Queremos que os jovens venham e que se sintam em casa. Que conheçam a potência da nossa música”, acrescenta Izabel Rabello.

Não dê bola para as fake news: confie na ciência e proteja você e sua família

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Marcelo Bartolomei

Edição #165 – Jornal Impresso do Maré de Notícias

Tão importante quanto tratar uma eventual doença, cuidar da sua saúde é essencial sempre. Uma rotina recheada de hábitos saudáveis contribui para uma maior qualidade de vida e prevenção de diversas enfermidades. E esses hábitos incluem uma boa alimentação, a prática de esportes e até atitudes simples como cuidados básicos de higiene – lavar bem as mãos, por exemplo, previne muitas doenças!

Por isso, nesta edição, estreamos a página +Saúde na Maré, com o objetivo de levar boa informação de saúde para a população da Maré. O conteúdo é elaborado mensalmente pela Comunicação Institucional do Hospital Israleita Albert Einstein e publicado no jornal impresso do Maré de Notícias, sendo replicado no site.

Nossa missão é clara: combater fake news, levar informações precisas e acessíveis sobre saúde e ciência para todos. Acreditamos que a informação é uma poderosa ferramenta de transformação, e estamos aqui para fazer a diferença junto com você. Assim, construímos uma comunidade mais informada, saudável e unida.

Como estamos em Outubro, começamos focando nas nossas crianças, que precisam de todos os cuidados para que sejam o futuro da Maré.

Vacinação em dia sempre

Logo com 1 mês de idade, já tem vacina para tomar, a da hepatite B, seguida da tetravalente (2 meses), a da gotinha contra a pólio (4 meses) e da febre amarela (6 meses), entre outras.

“A vacinação é a maneira mais eficaz de se prevenir para várias doenças, que podem ser graves, tanto nas crianças quanto nos adultos”, alerta o infectologista Alfredo Elias Gilio, coordenador da Clínica de Imunizações do Hospital Israelita Albert Einstein.

Estas e outras vacinas são direito da população no SUS (Sistema Único de Saúde). “Isso é garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que se utilizem todas as vacinas recomendadas no Calendário do Programa Nacional de Imunizações”, garante o médico.

Do que é feita a vacina?

Diante das várias fakes news divulgadas na internet – que criam medo na população em relação a imunização – o infectologista do Einstein explica que as vacinas “geralmente utiliza pequenas partes dos vírus ou bactérias que causam as doenças. Quando uma criança ou um adulto toma uma vacina, o seu organismo vai produzir defesas que vão protegê-la daquela doença. As vacinas atuais são bastante seguras e, geralmente, os efeitos colaterais são leves.”

O médico alerta que há desafios para o futuro da vacinação. “Existe atualmente um fenômeno chamado hesitação vacinal, que é o atraso ou não-aplicação de uma vacina recomendada e que está disponível. Este fenômeno é observado no mundo todo, mas se acentuou nos últimos anos, principalmente com as discussões e a politização que houve em relação às vacinas para Covid-19”, analisa Alfredo.

Não é incomum que pais e familiares acabem perdendo o prazo oficial de vacinação das crianças. Mas se isso acontecer, não se preocupe: sempre há tempo. Vá hoje mesmo à Unidade Básica de Saúde para atualizar a carteirinha. E isso vale para pais e filhos: as vacinas são para todos e mesmo os adultos podem e devem ir aos postos de saúde checar se estão com a carteirinha em dia e tomar as doses faltantes, se precisar. “Vacina não é somente assunto de criança. Hoje, existem várias vacinas para adultos, para idosos e para gestantes”, conclui o infectologista.

Este conteúdo é elaborado mensalmente pela Comunicação Institucional do Hospital Israleita Albert Einstein com o objetivo de levar boa informação de saúde para a população da Maré