Campeonato de futebol reúne times de favelas no campo da Rubens Vaz

Data:

Campeonato de futebol promete competição para os futuros craques e entretenimento para os moradores

As “peladas” dos fins de semana já são práticas comuns nas favelas. Mesmo quando a estrutura não é das melhores, as crianças e também jovens e adultos se juntam naturalmente para jogar bola com os pés descalços. É um movimento quase orgânico pelas ruas, becos e travessas. No período de férias, é ainda mais comum ouvir as crianças pelas ruas organizando uma partida, ou “agitando um fut”.

Com os chinelos para marcar as traves, três gols são suficiente para definir quem ganha e assim desperta a vontade de ser jogador. Já nos campeonatos é diferente. No campo da Rubens Vaz está acontecendo desde junho o campeonato sub 13. Os jogos tem duração de 40 minutos, e são divididos em dois tempos de 20. Os técnicos são os professores. O campeonato conta com árbitros e treinamento para a garotada. A competição vai até setembro.

Leia também: O campo de futebol é minha casa

A união das favelas faz o amistoso

A organização do campeonato é feita pela Associação Esportiva Beneficente Amigos da Maré (AEBAM), presidida por Edson da Silva, morador da Nova Holanda, de 60 anos. Dez times, com cerca de vinte crianças cada, estão competindo.

Representando a Vila do João o Ameriquinha FC, da Ilha do Governador tem o ABCW do Futebol e Playmobil FC. Do Parque União tem o Projeto Esportivo JTA e a Escolinha do Jardel. A Nova Holanda está bem representada pelos times Futuro da Maré, Leo 49 FC e AEBAM. Edson explica que o campeonato está acontecendo graças a reforma do campo e o convite do presidente da associação dos moradores.

Quando acabar o sub13 estão pensando em começar uma outra edição com adolescentes. (Foto: Reprodução)

Um campeonato movido pelo amor

“A gente que ama o mundo da bola desde pequeno não pode abandonar depois de velho, temos que fazer alguma coisa para os nossos netos, nossos filhos e de vizinhos.” justifica o presidente da Associação de Rubens Vaz, Vilmar Gomes, conhecido como Magá.

Edson explica que o AEBAM não tem patrocinador, ele que custeia o lanche e equipamentos para as crianças treinarem e as famílias contribuem com os uniformes. “Eu sou vigilante, o salário do vigilante o piso tá dois mil pô. Mais ou menos gastamos aqui por baixo, uns R$800 por mês, eu faço por amor”, conta.

Campeonato de futebol tem coordenação de Edson, Maga e Marcelo Ferreira conhecido como Uva, os três ao centro da foto. (Foto: Edson da Silva / Arquivo Pessoal)
Lucas Feitoza
Lucas Feitoza
Jornalista

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

Por um Natal solidário na Maré

Instituições realizam as tradicionais campanhas de Natal. Uma das mais conhecidas no território é a da Associação Especiais da Maré, organização que atende 500 famílias cadastradas, contendo pessoas com deficiência (PcD)

A comunicação comunitária como ferramenta de desenvolvimento e mobilização

Das impressões de mimeógrafo aos grupos de WhatsApp a comunicação comunitária funciona como um importante registro das memórias coletivas das favelas

Baía de Guanabara sobrevive pela defesa de ativistas e ambientalistas

Quarenta anos após sua fundação, o Movimento Baía Viva ainda luta contra a privatização da água, na promoção da educação ambiental, no apoio às populações tradicionais, como pescadores e quilombolas.

Idosos procuram se exercitar em busca de saúde e qualidade de vida

A cidade do Rio de Janeiro tem à disposição alguns projetos com intuito de promover exercícios, como o Vida Ativa, Rio Em Forma, Esporte ao Ar Livre, Academia da Terceira Idade (ATI) e Programa Academia Carioca