Centro de Estudos de Segurança e Cidadania lança panorama ‘Drogas: quanto custa proibir?’

Data:

Projeto revela os impactos da política de proibição das drogas no orçamento público no Brasil

Redação, em 29/03/2021 às 12h15

Sob qualquer ponto de vista, a proibição das drogas é uma estratégia extremamente cara. Em termos sociais, a proibição tem relação direta com violações de direitos, a violência armada de modo geral e, especialmente, a violência policial, além de contribuir para a corrupção dos agentes do Estado.

Em termos econômicos, a proibição sobrecarrega orçamentos públicos para reprimir a produção, o comércio e o consumo dessas substâncias, desviando recursos que poderiam ser investidos em outras áreas, inclusive na prevenção, assistência e redução de danos do abuso de drogas.

Os fracassos sociais do proibicionismo têm sido cada vez mais documentados – em especial a incapacidade do modelo em reduzir o consumo de drogas ilícitas enquanto estabelece um estado policial permanente que coloca em risco o direito à vida de milhões de brasileiros. Já o peso orçamentário da execução da Lei de Drogas sobre os cofres públicos do país praticamente não é discutido.

O projeto Drogas: Quanto Custa Proibir começa a preencher esta lacuna. Ao longo de três anos e várias etapas de pesquisa, o projeto buscará respostas para calcular os custos, em bilhões de reais, do modelo de proibição para o governo e a sociedade, além de analisar os impactos orçamentários em áreas como território, saúde e educação, além das instituições de justiça criminal.

A iniciativa de estimar os custos financeiros da proibição não é guiada pela ideia de que os recursos gastos para colocá-la em prática sejam mais importantes do que o sofrimento humano causado pela “guerra às drogas”. Ao contrário, o projeto Drogas: Quanto Custa Proibir ajuda a revelar quanto do orçamento público é direcionado a uma política que causa tanta dor e violência.

O foco da primeira etapa é o impacto da política de proibição no orçamento das instituições de segurança pública e do sistema de justiça criminal. Foram dezoito meses de pesquisa para investigar e calcular o custo financeiro e orçamentário de um ano de proibição e da guerra às drogas. O resultado da investigação está no relatório Um Tiro no Pé: O impacto da guerra às drogas no orçamento do sistema de justiça criminal do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Até o final de 2022, estão planejadas investigações e publicações para estimar os custos da proibição das drogas para os setores de educação e saúde e o impacto financeiro da guerra em territórios de periferias e favelas.

Para mais informações, visite o site clicando aqui

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

‘Morro do Dragão’ é novo livro de Renato Cafuzo, cria do Morro do Timbau

"Morro do Dragão” é o mais novo livro de Renato Cafuzo, escritor, designer, ilustrador e também cria do Morro do Timbau, favela mais antiga da Maré. Em sua obra, Cafuzo busca cativar o público infantil através do diálogo de duas gerações diferentes, misturando elementos da fantasia com vivências da favela.

Cresce o número de golpes digitais: esteja atento e proteja-se

O avanço da tecnologia facilitou nosso dia a dia, mas também possibilitou golpes online. Criminosos se adaptam e exploram vulnerabilidades das pessoas. Esteja atento e saiba como se proteger.

A história do Campo da Paty, gerador de estrelas do futebol

O Campo da Paty, na Nova Holanda, era originalmente chamado de Campo do Oriente, mas ganhou o nome atual por causa de uma fábrica de macarrão. Independente do nome, o campo gerou diversas estrelas e segue sendo amado pelos mareenses.